sábado, 2 de junho de 2018

Aranha-alçapão morre aos 43 anos, quando a expectativa de vida de sua espécie é 20 anos


A aranha mais velha conhecida do mundo acabou de falecer, aos 43 anos de idade.

Apelidada de “Número 16” por um longo estudo populacional australiano, a fêmea da espécie Giaus villosus, comumente chamada em inglês de “aranha-alçapão”, morreu enquanto era observada na natureza.

“Até onde sabemos, esta é a aranha mais antiga já registrada, e sua vida significativa nos permitiu investigar o comportamento das aranhas e sua dinâmica populacional”, disse Leanda Mason, da Escola de Ciências Moleculares e Ciências da Vida da Universidade Curtin, na Austrália, em um comunicado.

A aranha não morreu de velhice, mas sim por uma picada de vespa.


Fora do comum

Como você pode ter imaginado, viver até os 43 anos é impressionante para uma aranha. A maioria das aranhas-alçapão só vive 20 anos.

Aranhas de outras espécies costumam viver ainda menos. A viúva-negra, por exemplo, tem uma expectativa de vida de apenas dois anos. A aranha-violinista (um tipo de aranha marrom) vive até os quatro, e a aranha-lobo vive por menos de um ano.

As aranhas maiores são mais bem-sucedidas em rastejar por aí por mais tempo. A aranha-golias-comedora-de-pássaros e várias espécie de tarântulas podem viver até os 25 anos.

Depois da “Número 16”, a segunda aranha mais velha conhecida é uma tarântula de 28 anos, encontrada no México.

O estudo
Os cientistas que estudaram a “Número 16” dizem que ela os ajudou a entender melhor o comportamento de um aracnídeo que pode ser encontrado em toda a Austrália, inclusive em jardins domésticos. Além disso, possibilitou compreender como as tensões da mudança climática e do desmatamento podem impactar a espécie como um todo.

O projeto de pesquisa para estudar aranhas-alçapão na região central do país foi lançado em 1974 pela cientista Barbara York Main, momento no qual a “Número 16” foi encontrada e monitorada.

“Através da pesquisa detalhada da Barbara, fomos capazes de determinar que a extensa vida útil da aranha-alçapão é devido às suas características de história de vida, incluindo como habitam arbustos nativos intocados, sua natureza sedentária e baixo metabolismo”, explicou Mason.

As fêmeas dessa espécie permanecem ao redor da mesma toca praticamente durante toda a vida, o que facilitou que os pesquisadores marcassem seu habitat e retornassem para verificá-la regularmente.

Todos ficaram tristes com a partida do animal. “Nós estamos realmente infelizes. Esperávamos que ela tivesse chegado aos 50 anos de idade”, comentou Mason. [Cnet, TheGuardian]

por Natasha Romanzoti
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário