quinta-feira, 2 de outubro de 2014

De que outra maneira julgaríamos Levy Fidelix se não o deixássemos falar?

Todo mundo sabia secretamente que Levy Fidelix era um miolo mole. Mas durante anos ninguém nunca se importou com o que esse miolo mole falava em seus segundos de TV. Aquele bigodinho nunca me enganou; mas só agora pudemos conhecer um pouco mais sobre esse sujeito oco e patético. 

Nesse fato talvez resida a melhor defesa da liberdade de expressão: até então a única imagem dele era a do cara do aerotrem; agora é o grande vilão que todos querem combater. Sem criação de novas leis, sem aprovação de nenhuma PLC, hoje é Levy Fidelix que está com o teu na reta.

É verdade, a declaração dele no último debate da Record poderia ser enquadrada como incitação a violência se assim a justiça julgar. Também o candidato Rui Costa Pimenta, do PCO, poderia ser enquadrado no mesmo crime quando, em entrevista ao Spotniks, diz defender a violência para implantar a revolução do partido dele. Parece-me preferível saber antecipadamente que temos psicopatas como candidatos a presidência do que descobrir mais tarde, quando esses já estão no poder.

Levy poderia continuar a alimentar a sua imagem de miolo mole ingênuo, esconder os seus preconceitos numa capa de romantismo, sua discriminação debaixo do bigodinho. Mas nas próximas eleições continuaríamos a não saber quem ele é direito.

Talvez eu preferisse viver numa sociedade romântica; falsa, mas terna e cordial. Viver de hipocrisia. Mas quando envolve política, prefiro eu mesmo avaliar o podre dos candidatos. E de que servem os debates entre os presidenciáveis senão para trazer à luz o lado podre dos candidatos?

Evidentemente, não quero dizer que não deva existir nenhuma consequência para a pessoa que diz grandes asneiras, como incitar a violência. O que quero dizer é que talvez a sociedade ganhasse mais expondo quem não presta do que calando quem lhe é inconveniente.

O candidato que expressa o que pensa é mais fácil de diagnosticar. Ao candidato mais hipócrita faltam as informações necessárias para o eleitor.

O fato de ainda ser preciso, no ano de 2014, defender que pessoas, e também políticos, tenham direito de dizer o que pensam é uma prova de que nos esquecemos como funciona a democracia e as suas várias deficiências.

fonte:https://br.noticias.yahoo.com/blogs/guy-franco/de-que-outra-maneira-julgariamos-levy-fidelix-se-nao-o-202425131.html
Por Guy Franco
imagem:maisrj.com.br
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