Segundo diretor da agência de polícia da União Europeia, o número de vítimas ainda pode crescer na segunda-feira, com a volta ao trabalho
Ataque de hackers (Kacper Pempel/Reuters)
O ciberataque que aconteceu na sexta-feira atingiu 200.000 vítimas em pelo menos 150 países e esse número pode aumentar quando as pessoas voltarem ao trabalho na segunda-feira. A informação foi dada pelo diretor da agência de polícia da União Europeia (Europol) Rob Wainwright neste domingo em programa da rede britânica ITV.
Na sexta-feira, milhares de computadores invadidos exibiam mensagens exigindo o pagamento de um resgate para que os arquivos presentes na máquina pudessem ser acessados novamente. O vírus usado neste ataque codifica as informações registradas no equipamento e os criminosos prometem reverter o processo mediante o pagamento, através de bitcoins, do equivalente a 300 dólares (cerca de 940 reais).
De acordo com informações do jornal The New York Times, os hackers exploraram uma vulnerabilidade que foi descoberta e desenvolvida pela Agência Nacional de Segurança (NSA). A ferramenta de hacking foi descoberta por um grupo conhecido como Shadow Brokers, que invadiu o sistema da NSA no início no ano passado. O vírus foi distribuído por e-mail através de um arquivo criptografado e compactado que, quando carregado, permitia que o ransomware se infiltrasse nas máquinas.
Há relatos de infecções em locais como um hospital no Reino Unido, que precisou usar papel e caneta para atender seus pacientes, e em grandes companhias, como a Telefónica, na Espanha. No Brasil, o ataque motivou o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Ministério Público a fazer seus funcionários desligarem os computadores, como forma de prefenção. Foram registrados pela empresa de segurança russa Kaspersky Lab mais de 45.000 ataques em 10 horas. A maioria teve como alvo a Rússia.
Sgundo Wainwright, o ataque foi singular no sentido de que o ransomware foi usado em combinação com uma “funcionalidade de verme”, por isso a infecção se espalhou rapidamente. Ele disse que a Europol e outras agências ainda não sabem quem está por trás do ataque, mas “normalmente tem objetivos criminosos e essa é a primeira teoria com a qual trabalhamos por motivos óbvios”.
(Com Reuters)
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