Antigo defensor do ex-ministro era contra o acordo de delação premiada que o petista agora busca fechar
Palocci escolheu nova equipe de defesa 'por livre e espontânea vontade', diz a nota (Vagner Rosario/VEJA.com)
Os novos advogados de Antonio Palocci afirmaram neste domingo que a força-tarefa da Operação Lava Jato não fez “qualquer exigência, nem sequer mínima alusão” para que o ex-ministro trocasse de defesa como condição para negociar delação premiada. Palocci mudou seu quadro de defensores na sexta-feira.
Desde o início da Lava Jato ele era representado pelo criminalista José Roberto Batochio, de São Paulo.
Preso desde setembro de 2016, o ex-ministro já é réu em duas ações penais e, diante do risco de permanecer na cadeia por uma longa temporada, decidiu buscar acordo de delação premiada e dispensou Batochio.
O defensor é um veterano da advocacia que não atua em demandas de delatores. Na própria Lava Jato ele deixou a defesa do lobista Julio Camargo que fez delação e revelou propina de 5 milhões de dólares para o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ).
Palocci contratou o advogado Adriano Bretas, defensor de outros alvos da Lava Jato que optaram pela delação.
A mudança teria sido uma exigência dos procuradores do Ministério Público Federal para iniciar a negociação. Os procuradores teriam imposto a troca da defesa, o que é negado com veemência pelo escritório Bretas. Eles também teriam recomendado a Palocci que desistisse do pedido de habeas corpus que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota divulgada neste domingo, o Bretas Advogados, estabelecido em Curitiba – base da Lava Jato -, fez um esclarecimento público, no qual destaca que “a ética conduz e sempre conduziu seus trabalhos”.
A nota ressalta que o ex-advogado de Palocci “sempre anunciou publicamente que, dependendo da alternativa escolhida pelo cliente na estratégia de sua defesa, renunciaria à causa”. “Não houve qualquer exigência, nem sequer mínima alusão, por parte do Ministério Público Federal ou da Polícia Federal na contratação ou destituição deste ou daquele escritório”, sustentam Bretas e sua equipe. “Tal escolha foi feita por livre e espontânea vontade do sr. Antonio Palocci Filho.”
O Bretas Advogados também rechaçou a versão sobre eventual desistência do pedido de liberdade. “Desistir ou prosseguir no habeas corpus é uma escolha livre e exclusiva da defesa, sem qualquer interferência, muito menos ‘exigência’, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal ou de quem quer que seja.”
(Com Estadão Conteúdo)
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário