segunda-feira, 7 de maio de 2018

Após visitar Lula, Gleisi diz que ‘Ciro não é pauta do PT’

© VEJA.com A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fala com a imprensa na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) – 08/04/2018

SÃO PAULO — Após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, nesta quinta-feira, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, “não é pauta” do partido nem foi tema da conversa. O ex-ministro Jaques Wagner, que nesta semana defendeu o apoio do PT a Ciro como um caminho a ser discutido se Lula for impedido de concorrer, também esteve com o líder petista. Foram as duas primeiras visitas de políticos ao ex-presidente desde a prisão no dia 7 de abril.

— O Ciro não é pauta do PT nem da conversa — respondeu Gleisi, ao ser perguntada se o ex-presidente falou algo sobre o pré-candidato do PDT.

Mesmo depois da prisão, o PT tem reafirmado a candidatura de Lula. O ex-presidente vai receber a visita de dois políticos por semana. Cada um ficará com o ex-presidente por meia hora. O esquema obedece às regras da Polícia Federal. Os pedidos serão filtrados e autorizados pela defesa do ex-presidente, e as visitas vão ocorrer no mesmo dia em que os presos recebem os familiares. O PT deve discutir uma lista de lideranças que irão visitá-lo.

A Polícia Federal definiu o sistema de visitas depois que a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execuções Penais de Curitiba, afirmou que os pedidos de visita deveriam ser encaminhados ao órgão responsável pela custódia. Apenas casos eventuais de proibição de visitas, que possam merecer recurso à Justiça, serão analisados pela Vara de Execução Penal. Até a semana passada, Lula só podia receber visita de advogados e familiares de primeiro grau.

No dia 17, um grupo de senadores, incluindo Gleisi, fez uma vistoria no local em que o ex-presidente está preso. Nesta quinta-feira, a presidente do PT foi a primeira a entrar.

— O presidente Lula está preocupado com o Brasil. Ele está desconjurado com o país — disse a presidente do PT, lendo em uma folha de papel com recados anotados por Lula. O ex-presidente também falou do desemprego, dos juros, do aumento da dívida pública e pediu que fosse transmitida solidariedade às famílias que viviam no Edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, que desabou na última terça-feira.

— Encontrei um homem extremamente indignado, injuriado — afirmou Jaques Wagner, o segundo a visitar o líder petista.

Na comemoração do 1º de maio em Curitiba, o ex-ministro foi questionado sobre a possibilidade de o PT aceitar ser vice de Ciro e respondeu:

— Pode. Sempre defendi que, após 16 anos, estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica 30 anos. Em geral fica 12, 16, 20 anos. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou à vontade neste território.

De acordo com Wagner, a sua fala não provocou nenhuma reação no ex-presidente.

— Ele me conhece muito. Sabe, desde a primeira hora, que eu vou com ele até o final da linha.

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