sexta-feira, 18 de maio de 2018

Platini revela 'pequena trapaça' envolvendo Brasil e França na Copa de 98

Então presidente do comitê organizador, Michel Platini diz que tomou providências para enfrentar Brasil só na final e que isso é comum

Platini segue suspenso do futebol - AFP

França - Os organizadores da Copa do Mundo de 1998, na França, manipularam o sorteio das chaves para evitar que o Brasil cruzasse com o time da casa antes da grande final. Quem faz a revelação é o próprio presidente do Comitê Organizador, o ex-cartolas Michel Platini. Em uma entrevista a uma rádio francesa (veja o vídeo aqui) que vai ao ar no próximo domingo, o francês admitiu que manipulou o processo de escolha das chaves.

“Quando organizamos o calendário, fizemos um pequeno esquema“, disse Platini, em entrevista para a rádio France Bleu. “Se terminássemos primeiro do grupo e se o Brasil terminasse primeiro, apenas nos encontraríamos na final”, disse. “Não tivemos problemas por seis anos para organizar a Copa do Mundo para, depois, organizar uma pequena manobra“, comentou.

Pelas regras da Fifa, Brasil e França estavam entre os oito cabeças-de-chave no sorteio realizado em 1997. Cada um deles cairia em um grupo, de forma aleatória. Mas, segundo Platini, houve uma manobra para permitir que o Brasil estivesse no grupo A, na condição de campeão, e a França acabou sendo “sorteada” para o Grupo C. Assim, não haveria risco de um confronto com o time de Ronaldo antes de uma final.

“Você acha que os outros não fazem o mesmo por suas Copas? É uma brincadeira?”, disse. “Brasil e França na final era o que todos sonhavam”, completou, sem explicar como ocorreu a manipulação.

Na época, o sorteio foi realizado pelo então secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter. A entidade era comandada pelo brasileiro João Havelange.

O arranjo acabou funcionando para os franceses. Brasil e França acabaram chegando à grande final e o time de Zinedine Zidane aplicou uma severa derrota ao time brasileiro por 3 x 0. Aquele foi o único título da história da França.

Essa não é a primeira vez que a manipulação de sorteios é mencionada. Blatter, numa recente entrevista, também insistiu que sabia de ocasiões em que bolas frias eram colocadas para permitir que a pessoa que as retirasse pudessem identificar quem deveriam selecionar. Ele, porém, insistiu que isso “jamais ocorreu” sob seu comando na Fifa.

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