segunda-feira, 31 de julho de 2017

Governo afirma ter votos para barrar denúncia, mas Padilha evita falar em números

© André Dusek/Estadão Temer não esconde aos auxiliares que sua vontade é que a denúncia seja logo rejeitada

BRASÍLIA - Em reunião na noite deste domingo, 30, no Palácio do Alvorada, o presidente, ministros e lideres traçaram a estratégia para a semana na qual está marcada a sessão que pode apreciar a denúncia no Plenário. Após o encontro, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ao Broadcast Político que o governo continua “com a convicção” que tem os votos necessários, e defende que quem tem que colocar os 342 votos necessários para dar quórum é a oposição e disse que a ideia do governo é continuar trabalhando independente da denúncia ser apreciada ou não.

Padilha, que costuma ter placares certeiros nas votações do Congresso, diz que ainda não é o momento de falar em números. “Ainda prefiro não falar em números, os lideres estão verificando, mas certamente temos os votos necessários”, reforçou. A contabilidade do governo dá, hoje, pelo menos 260 votos garantidos pela rejeição da denúncia.

“O que esta em vigor hoje é o parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que rejeitou a denúncia. Se a oposição boicotar e não quiser dar quórum no dia 2, nós vamos defender que o presidente Rodrigo Maia toque a pauta da Câmara independente da pendência deste assunto ou não”, afirmou.

O presidente Michel Temer não esconde aos auxiliares que sua vontade é que a denúncia seja logo rejeitada. Apesar disso, o ministro da Casa Civil reafirmou que a base está “pronta para votar a qualquer hora”. “Mas precisamos também tocar a pauta, são coisas diferentes”, disse.

Na reunião, Temer pediu aos líderes partidários que intensificassem as conversas para tentar reverter votos e para garantir a presença de parlamentares no dia da votação na Câmara, na quarta-feira, 2.

"Estaremos prontos para votar, mas quem tem que se preocupar com quórum é quem quer rejeitar o parecer aprovado na CCJ pela rejeição da denúncia", afirmou o líder do governo na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um dos que participou da reunião no Alvorada.

Também presente no encontro, o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou que a ordem de Temer é para que a base aliada esteja pronta para votar "a qualquer momento".

"A bancada do PMDB estará presente no dia da votação", disse o peemedebista, um dos parlamentares mais próximos do presidente. Segundo ele, na reunião, líderes e Temer fizeram um "check list" do rito da votação, para que os líderes possam passar as orientações para suas bancadas.

Ribeiro e Rossi ressaltaram que Temer deve continuar ligando para os parlamentares da base, em busca de reverter votos a seu favor. "Cada líder ficou de fazer a avaliação dentro da sua bancada e informar ao presidente", declarou o líder do PMDB. De acordo com ele, novas reuniões entre líderes e ministros devem acontecer até quarta-feira para avaliar o cenário.

Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário