Cruzeirenses comemoram gol de Arrascaeta, que valeu a vitória por 2 a 1 (Marcello Fim/Gazeta Press)
O Cruzeiro nunca havia vencido o Corinthians em uma partida oficial na arena em Itaquera. Já o alvinegro Cássio tinha seis finais disputadas com a camisa do Corinthians, com 100% de aproveitamento. Mas esses dois tabus foram para o espaço com o triunfo da Raposa por 2 a 1 em cima do Timão, na noite desta quarta-feira, em jogo que valeu o título da Copa do Brasil aos mineiros.
Quer mais um tabu: o Cruzeiro se tornou o primeiro clube campeão do torneio a vencer todos os jogos como visitante. Bateu o Atlético-PR nas oitavas de final, o Santos nas quartas de final e o Palmeiras na semifinal, antes do confronto com o Timão.
A conquista também assegura um fim de ano bem mais confortável em todos os sentidos no lado azul de Minas Gerais. Depois de investir R$ 65 milhões na montagem do elenco e de ter uma das maiores folhas salariais do país, o time de Mano Menezes precisava a qualquer custo de um título de expressão em 2018 – o Campeonato Mineiro representa pouco nos dias de hoje.
Além de garantir a taça e a vaga na Libertadores de 2019, a Raposa embolsa R$ 50 milhões como prêmio apenas pelo triunfo na final. O valor equivale ao empréstimo tomado junto ao Banco BMG, no início da temporada, para a quitação de salários atrasados e a aquisição de reforços, como Fred – a dívida de R$ 10 milhões com o Atlético-MG ainda não foi paga. No total, o Cruzeiro ficou com R$ 64 milhões em prêmios durante a campanha na Copa do Brasil.
Demissão, não!
Mano Menezes correria sério risco de dispensa se o Cruzeiro não vencesse a Copa do Brasil. Tudo porque priorizou os torneios de mata-mata (Libertadores e Copa do Brasil), abrindo mão do Brasileirão, no qual a campanha é fraca.
Mais um ano:
O contrato de Mano com o Cruzeiro só se encerra em dezembro de 2019 e, com mais uma taça, fica improvável imaginar qualquer possibilidade de ele não permanecer. A menos que surja uma proposta da Europa, para onde ele já disse ter vontade de trabalhar.
Recorde de renda:
Com 45.978 pagantes e um público total de 46.571 torcedores, a Arena Corinthians estabeleceu nesta quarta a maior bilheteria de sua história: R$ 5.108.151,00. O recorde até então era de pouco mais de R$ 3,6 milhões.
Grande investimento:
O Cruzeiro gastou R$ 60 mil para garantir o retorno de Arrascaeta desde o Japão – o meia jogou pela seleção uruguaia na manhã de terça e encarou quase 24 horas de avião para desembarcar horas antes da partida contra o Cruzeiro. Foi dele o gol da vitória por 2 a 1.
Maior campeão:
Com a conquista, o Cruzeiro se tornou o clube com mais títulos na Copa do Brasil: seis. O Grêmio é o segundo com cinco taças, seguido por Flamengo, Corinthians e Palmeiras com três, cada.
Hino nas alturas:
A fim de abafar a festa do torcedor cruzeirense depois da vitória, o sistema de som da arena em Itaquera tocou em volume máximo o hino do Corinthians.
Libertadores a perigo:
A chance de o Corinthians disputar a Libertadores do próximo ano se tornou bem pequena depois do vice-campeonato da Copa do Brasil. Na 11ª colocação do Brasileirão, o time de Jair Ventura está a 11 pontos do Atlético-MG, último do G6 hoje.
por Jorge Nicola
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