terça-feira, 25 de junho de 2013

Protesto em Goiânia termina com violência e depredação

Ativistas caminharam do Centro até a prefeitura; BR-153 ficou interditada.
Manifestantes tentaram ocupar prefeitura e houve confronto com a PM.

O vandalismo marcou o fim do protesto desta segunda-feira (24), em Goiânia. Um ato que começou pacífico e com gritos de "sem violência" terminou no maior confronto desde o início da onda de manifestações na capital. Enquanto os organizadores falam em quatro mil participantes, a Polícia Militar (PM) estima duas mil pessoas. A manifestação durou cerca de cinco horas seguia de forma tranquila, mas quando um grupo tentou ocupar o pátio do Paço Municipal, sede da prefeitura da cidade, os confrontos começaram.

Cinco veículos ficaram danificados: dois carros da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, um do Jornal O Popular, um da TV Serra Dourada, retransmissora do SBT, e um carro da PM. Um posto de gasolina e um restaurante, às margens da BR-153, além da sede de uma emissora de televisão, também foram alvos de destruição. Segundo a PM, três manifestantes acabaram detidos.
Uma policial militar ficou ferida no seio depois de ser atingida por uma pedrada, no Terminal da Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário. Segundo a PM, ela foi encaminhada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Detido, o suspeito de jogar a pedra acabou levado para o 1º Distrito Policial da capital.

Reivindicações
Os manifestantes se concentraram no coreto da Praça Cívica, pouco depois das 16h para o segundo protesto unificado com o movimento nacional e sétimo desde as negociações para o reajuste da tarifa de ônibus. No local, os organizadores Eles distribuíram um panfleto informando sobre as chamada "cinco causas do movimento": contra à aprovação das PECs 33 e 37; cobrando investigação de supostas irregularidades das obras da Copa do Mundo; saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Senado Federal; a criação de uma lei que torne a corrupção no Congresso Nacional crime hediondo; e o fim do foro privilegiado para políticos.

Manifestantes sentaram na Avenida Anhanguera, no Centro da cidade (Foto: Gabriela Lima/G1)

O artista plástico Edson Oliveira ajudava na organização do protesto. Ele pedia para os manifestantes não usarem máscaras. Ao G1, ele argumentou que as pessoas que estavam ali por ideologia não deveria esconder o rosto. "Não somos marginais", justificou. Apesar da orientação, muitos jovens usaram a máscara de "anônimo", que praticamente se tornou um símbolo do movimento no país.

Com cartazes e faixas, às 17h, os ativistas desceram a Avenida Araguaia e seguiram em passeata pela Av. Anhanguera até a Praça do Bandeirante, onde fizeram uma pequena pausa. Nesse ponto, os manifestantes pararam alguns ônibus do Eixo Anhanguera, linha que corta a cidade de leste a oeste, e obrigavam os passageiros descer.

Mariana Tavares diz que 'jovem não é banal como sociedade pensa' (Foto: Gabriela Lima/G1)

Entre os passageiros estava o aposentado Antônio José da Silva, de 79 anos. Mesmo com a viagem interrompida, ele disse ao G1 que apoia o protesto. "É preciso mudar o país e ter menos corrupção", afirmou.

Carregando uma bandeira do Brasil nas costas, a estudante Mariana Tavares, de 17 anos, disse ao G1 que o movimento nacional está contribuindo para melhorar o país e argumentou: "Eu estou aqui para mostrar que o jovem não é tão banal quanto a sociedade fala. Tem muita gente que está aqui para fazer festa, mas eu estou aqui para protestar por um Brasil melhor e contra a PEC 137".
A passeata subiu a Av. Goiás, voltou para a Praça Cívica e desceu a Av. Araguaia novamente. Mas dessa vez, quando entraram na Av. Anhanguera, em vez de ir para a Praça do Bandeirantes, os ativistas pegaram o sentido contrário, rumo à BR-153.

Passeata ocupou os dois sentidos da Av. Anhnguera, no Setor Universitário (Foto: Gabriela Lima/G1)

Pouco antes das 19h, os ativistas passaram pelo Terminal Praça da Bíblia, no Setor Leste Universitário, palco de um grande confronto com a PM na época do reajuste da passagem de ônibus. O terminal estava lotado de passageiros, mas a polícia fez um cordão de isolamento, impedindo o acesso dos manifestantes às plataformas de embarque e desembarque.

O grupo passou pela lateral do terminal e seguiu rumo ao viaduto da BR-153 sobre a Av. Anhanguera. Com a rodovia interditada, houve congestionamento na região.
Enfrentamento
Os manifestantes marcharam pela rodovia cerca de dois quilômetros até chegar ao Parque Lozandes, onde fica o Paço Municipal. A guarda municipal protegia o pátio do prédio e a tropa de choque da PM fez um cordão de isolamento em volta da prefeitura.

Manifestantes fizeram uma fogueira no perímetro urbano da BR-153 (Foto: Gabriela Lima/G1)

Alguns jovens jogaram pedras e os soldados responderam com bombas de efeito moral. Como a energia elétrica estava cortada ao redor da prefeitura, durante o corre-corre, manifestantes caíram e tiveram escoriações. Os ativistas voltaram para a BR-153 e ocuparam os dois sentidos da rodovia.

Quando a situação parecia controlada e protesto continuava na rodovia, um grupo decidiu voltar para o Paço. A PM, novamente, dispersou os manifestantes com bombas de efeito moral. A cavalaria avançou e ocupou o gramado entre a prefeitura e a pista.

Quatro carros de reportagem e um veículo da PM foram quebrados (Foto: Gabriela Lima/G1)

Os manifestantes fizeram uma fogueira no meio da BR-153 com paus e equipamentos de sinalização, como placas e cones. Jovens furtaram extintores de um posto de gasolina soltavam fumaça na rodovia. Mais uma vez, eles provocaram os policiais, que responderam com violência.
A cavalaria avançou, transformando a BR-153 em um palco de batalha. Alguns manifestantes, que apanhavam de cassetetes, tentaram se esconder no posto de gasolina às margens da pista, mas acabaram expulsos pela polícia.
Os jovens que fugiam da PM desceram a rua lateral ao posto. Nesse momento, usaram os extintores de incêndio furtados para quebrar os vidros dos carros de reportagem. Um grupo jogou pedras na sede da emissora afiliada do SBT, que fica próxima à rodovia.
Com a violência, os manifestantes se dispersaram. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou a BR-153, após mais de três horas de interdição.

fonte:http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/06/protesto-em-goiania-termina-com-violencia-e-depredacao.html
Gabriela Lima - Do G1 GO
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