sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Namorado recebeu 'Te amo' de vítima pouco antes de chacina no Rio

Amanda Silva, uma das 7 mortas, mandou mensagem de telefone.
Policiais da Divisão de Homicídios investigam o crime em Realengo.

Familiares e amigos das vítimas da chacina de Realengo, na Zona Oeste do Rio, estão chocados. A todo momento curiosos chegavam em frente à casa da Rua Nuretama, 499, nesta sexta-feira (25), e tentavam entender o que tinha acontecido na noite anterior. Sete pessoas, entre eles cinco homens e duas mulheres, foram assassinadas por homens encapuzados por volta das 21h de quinta-feira (24).

Casa era usada como ponto de uso de drogas, segundo parentes e vizinhos (Foto: Mariucha Machado/G1 )

O namorado de Amanda Silva, que se identificou apenas como Ricardo, disse que ela era usuária de drogas, mas que desejava sair dessa situação. "Ela já tinha me pedido pra ajudar ela a sair dessa, mas era muito difícil. Ela era amiga dos donos da casa desde pequena e sempre estava lá. Eu estava meio afastado dela, mas a última mensagem que eu recebi dela, dizendo que me amava, foi por volta de 20h40 da noite de ontem”, contou Ricardo.

As vítimas da chacina, Luan Santos da Cunha e Cleiton Guimarães, Leandro Marcos Pereira, de 24 anos, Alex Prudêncio de Amorim, de 28, Amanda Silva, de 27 anos e o casal Toni Anderson Damásio Alves, de 37 anos, e Renata Soares da Silva, de 30 anos, estavam no imóvel no momento do crime.


Chacina deixa 7 mortos em Realengo
Ricardo contou ainda que o relacionamento com Amanda durou cerca de seis meses e negou que o local do crime seria usado para tráfico de drogas. "Isso tudo que estão falando aí é mentira. Eles usavam drogas e depois cada um ia para o seu canto.”
Ele disse que a mãe da vitima está chocada porque o irmão de Amanda também foi morto. "Foi um choque, ela perdeu os dois filhos", lamentou.

O pai de Renata Soares, que era casada com Toni, disse que não tem idéia do que tenha acontecido.
"Nenhuma idéia do porque ocorreu. Ela era usuária há seis anos e morava com o Toni na casa. Eu preferia me manter afastado, não a via há seis meses. Ela estava no lugar errado, na hora errada”, relatou Jorge Luis Lopes Leão, pai de Renata.
"Eu mantinha relação próxima, mas não era diária. Ela às vezes chegava nervosa, talvez pela vontade de usar drogas, mas nunca relatou nada. Trabalhou com cozinheira, em casa de família, mas estava desempregada recentemente", contou Rodrigo Lopes Leão, irmão de Renata.

Interior da casa onde aconteceu a chacina em Realengo (Foto: Mariucha Machado/G1)

'Quem procura acha', disse primo
Muito abalado, o primo de Renata esteve em frente ao imóvel nesta manhã de quinta-feira (25). Ele preferiu não se identificar, mas contou que todo mundo da família aconselhava a sobrinha a sair desta vida.
"Todos falavam, a gente dava conselho. Vai para a vida errada quem quer. Ela deixou três crianças. A Renata era tranquila, teve de tudo. Todo mundo tem direito de errar. Mas quem procura acha, e eles acharam. A gente tentou ajudar", disse chorando muito.
O segurança Jorge Isidio da Silva estava jantando com a família no momento da chacina. Ele contou que escutou os tiros.
"Moro aqui há 23 anos. Eles eram viciados e todo mundo sabia. Era usual eles estarem aqui. Os pais fizeram de tudo, tentaram internação, serviço, mas mais uma vez a diga consegui vencer. Conhecemos eles numa situação, quando pequenos, e agora vimos eles degradados. O Toni era forte, trabalhava e as drogas foram matando ele aos poucos", lamentou Jorge Isidio da Silva.
Segundo um pastor Isidro Soares Reis, que conhecia as vitimas, cinco deles trabalhavam como guardadores de carro em frente Hospital Albert Schweitzer.

Interior da casa onde ocorreu a chacina. (Foto: Mariucha Machado/G1)

"Eles eram guardadores de carro em frente ao hospital. Eles eram pessoas simples, que tinham os vícios das drogas. Essa casa era o ponto deles se juntarem para o uso de drogas. Não era local para vender", contou o pastor Isidro Reis. O pastor contou ainda que três das vitimas já tinham passado por casa de recuperação.
"Eram jovens que mereciam cuidados. A casa onde ocorreu a chacina era do pai do Toni. Eles tinham famílias, referencias, não eram largados. Eu estou neste trabalho há 20 anos, eles queriam sair desta vida, mas a droga estaca consumindo eles", disse o pastor.
A técnica de enfermagem Estela Paiva contou que diariamente passa pela rua para ir ao trabalho.
"Sempre que eu passava aqui estava fechado. Nunca vi nada de anormal. A gente fica assustada com esta situação, é lamentável. A gente precisa rezar para afastar essas tragédias", falou Estela Paiva.

Sete pessoas foram fuziladas na varanda de casa em Realengo nesta quinta (24) (Foto: Mariucha Machado / G1)

Investigação
Equipes da Divisão de Homicídios tentavam localizar, por volta das 9h30 desta sexta-feira (25), possíveis testemunhas da chacina que aconteceu em Realengo.
Ainda de acordo com a polícia, dez familiares das vítimas foram ouvidos na noite de quinta-feira. Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, diligências estão sendo feitas desde a noite de quinta. "Por enquanto não vamos descartar absolutamente nada", afirma.

fonte:http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/10/namorado-recebeu-te-amo-de-vitima-pouco-antes-de-chacina-no-rio.html
Mariucha Machado e Guilherme Brito - Do G1 Rio
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