Após resolver questões do enterro, pai vai contratar advogado.
Jovem será enterrado nesta segunda-feira, na região do Jaçanã.
O pai do adolescente morto por um PM na Vila Medeiros, Zona Norte de São Paulo, na tarde deste domingo (27), afirmou que, após concluir os procedimentos para o enterro do filho, marcado para as 16h no Cemitério Parque dos Pinheiros, no Jaçanã, pretende processar o estado e buscar uma indenização pelo ocorrido.
O estudante Douglas Rodrigues, de 17 anos, foi morto com um tiro no peito quando passava com o irmão de 12 anos em frente a um bar da Rua Bacurizinho, esquina com a Avenida Mendes da Rocha. O disparo foi realizado por um policial, que chegou ao local para averiguar uma denúncia de pertubação de sossego pois o som de um carro tocava funk em um volume muito alto.
Segundo o motorista José Rodrigues, de 44 anos, o filho havia saído de casa a pé, acompanhado do irmão, para procurar um chaveiro. O carro dele, um Gol ano 93 que ainda estava sendo pago, apresentava problemas na maçaneta da porta. "Ele tinha tirado o dia pra cuidar do carro. Lavou, encerou e tava procurando um chaveiro pra arrumar a porta", disse o pai.
O pai contou que o homícidio aconteceu cerca de 20 minutos depois dos filhos deixarem a residência. De acordo com ele, Douglas parou com o irmão por alguns minutos para falar com uns colegas em frente a um bar, onde moradores da região se reuniam para ouvir música e conversar.
Rua Bacurizinho, local do protesto
O motorista também afirmou que o policial que atirou era conhecido por outros jovens da vizinhança por conta do comportamento agressivo em outras rondas da PM. "Os meninos disseram que ele era meio bravo. O jeito dele trabalhar não era como o dos outros. O pessoal disse que ele era meio esquentado", contou.
Em entrevista ao Bom Dia SP, o porta-voz da Polícia Militar, Major Mauro Lopes, reafirmou que, na abordagem correta da polícia, a arma deve estar sempre apontada para baixo.
'Por quê?'
A mãe do adolescente disse, no início da manhã desta segunda-feira, que o filho não entendeu por que foi alvo do disparo do policial militar. “Por que o senhor atirou em mim?”, perguntou o adolescente ao policial, segundo a mãe.
Em protesto pelo assassinato, moradores da região de Vila Medeiros colocaram fogo em ônibus e em lixeiras e danificaram agências bancárias na noite de domingo. A Tropa de Choque precisou intervir para conter os manifestantes.
Segundo a família, o estudante trabalhava em uma lanchonete. “Ele não tinha preguiça de trabalhar. Ele estudava. Estava no 3º ano”, disse a mãe.
Ao menos 40 pessoas participaram da manifestação. O grupo também montou barricadas que bloquearam a Avenida Mendes da Rocha. A assessoria de imprensa da SPTrans, confirmou que ao menos três ônibus foram incendiados no ato.
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