quarta-feira, 16 de abril de 2014

Anderson Silva comenta fama de metrossexual: 'Às vezes a galera acha que eu sou gay'

Lutador do UFC, Spider fala do futuro da carreira, do medo que teve de não voltar após a fratura, de homossexualidade no MMA, racismo e fama de gay

Getty Images - Anderson Silva afirma que há homossexuais no MMA

Anderson Silva completou 39 anos na última segunda-feira (14/04). O ex-campeão dos médios do UFC é veterano no MMA e ídolo mundial no esporte. Spider passou mais de seis anos sem perder um duelo, até ser derrotado por Chris Weidman e perder seu título. Em dezembro do ano passado, o brasileiro sofreu uma grave lesão na perna esquerda, que o tirou de ação este ano. Agora, em entrevista para a revista "Trip", Anderson falou de seu retorno, de racismo, de homofobia e outros assuntos polêmicos.

Recuperando-se da fratura que sofreu na canela, Spider afirmou que em uma escala de 0 a 10, sua perna está em 9. E revelou que preferiu sentir as dores da lesão a se viciar em remédios.

"O remédio que os médicos me deram pra dor era muito forte. Eu tomava o remédio, dava uns 3, 4 minutos, e a dor ia embora. Depois ela voltava. Tinha alguns momentos em que eu estava sem dor e estava tomando remédio. Eu resolvi parar, ficar com a dor e ver o que ia dar. Quando ela voltava, eu enchia a banheira de gelo e botava a perna dentro até passar. Fiz esse esforço para não viciar no remédio.(Depois da contusão) eu cheguei a me perguntar: 'será que vou conseguir voltar?' Mas o Marcio Tanure, meu médico e do UFC, que me trata há anos, me disse: 'Relaxa, isso é mais fácil que cirurgia no menisco'. Aí eu fiquei mais tranquilo. Fisicamente estou 100%. Minha perna, de 0 a 10, está 9. Estou me sentindo forte, treinando todos os dias. Mais alguns meses eu estou zerado. Estou fazendo a fisioterapia, já estou mais seguro, estou chutando. A única restrição é que eu não posso pular nem correr."

O lutador também comentou sobre seu retorno e seu contrato com o Ultimate.

Lutador fala que teve medo de não voltar ao UFC depois da lesão

"Eu tenho mais oito lutas no meu contrato. Estou com a cabeça boa, com o coração bom. Tô com muita vontade de continuar. Mas as coisas vão surgir com o tempo: os medos, as frustrações, a vontade, a falta de vontade de lutar. Por enquanto, eu estou bem, estou com vontade de continuar fazendo o que eu faço e não tenho mais nada para provar pra ninguém. É ir lá e fazer o que eu amo, independentemente do resultado. Agora o Roy Jones é o maior objetivo na minha carreira. É um sonho pessoal que eu tenho. Ele foi o melhor boxeador na época dele. Eu gostaria de ter essa oportunidade de fazer uma luta de boxe com ele, nas regras do boxe, fora do contrato com o UFC. Ele já se pronunciou e acha que seria fantástico."

Anderson ainda criticou a nova geração de lutadores de MMA.

"Não houve uma renovação, não houve um trabalho de base com novos atletas. Os novos talentos já apareceram famosos. Assim fica difícil ver alguém que vá fazer algo diferente lá dentro. Tudo que está aparecendo hoje no UFC é normal, ninguém vai assistir a um cara porque acha que ele vai fazer algo diferente. As pessoas lutam com a regra, mostram que estão ali para fazer o trabalho delas, não demonstram um talento acima da média. É a evolução do esporte, é um negócio. Na minha época era uma coisa. Com as novas gerações é diferente."

Spider não deixou de falar sobre o racismo que sofreu na juventude e falou também sobre o produto que usava na adolescência para alisar os cabelos, que acabou o deixando completamente careca.

"Uma vez eu trabalhava como atendente em uma lanchonete, e um cliente perguntou: “Não tem ninguém para me atender?”. Eu respondi: “Estou aqui para atendê-lo”. Aí ele falou: “Eu não quero ser atendido por um negro”. Fui até meu gerente e falei que tinha um senhor que não queria ser atendido por mim. O gerente foi até o balcão, e o cliente falou: “Não quero ser atendido por um negro, isso é um absurdo”. Aí o gerente respondeu: “Se você não for atendido por ele, você não vai ser atendido por mais ninguém aqui”. Aí aquele senhor saiu da loja meio bravo."

Spider afirmou que sofreu racismo na juventude

"Eu passava Alisabel todo dia! Minha tia falava: “Para, vai cair seu cabelo, você vai ficar careca”. Mas eu continuava passando todo dia, porque achava legal ficar com o cabelo liso, ir para os bailinhos. E, aí, de repente, caiu. Na minha turminha todo mundo tinha cabelo lisinho, eu queria ter igual, pra poder jogar o cabelo nas festinhas. Depois me arrependi de não ter meu black power."

O ex-campeão do UFC também revelou que há muitos gays no MMA que não se assumem e afirmou não ter problemas de treinar com eles.

"Tem homossexuais no MMA. Tem vários que não se revelaram ainda. Acho que hoje em dia é uma coisa tão boba não expressar o sentimento. Desde que você respeite o espaço das pessoas, respeite seus limites. Você tem que viver sua vida em paz e ninguém tem nada a ver com isso. O fato de o cara ser gay não quer dizer que ele vai te assediar. Ele pode ser gay, ter um relacionamento, pode conviver em grupo com caras que não são gays. Ele faz o que quiser da vida particular dele."

Anderson até brincou com sua fama de metrossexual.

"Às vezes a galera acha que eu sou gay. Várias pessoas já me perguntaram se eu sou gay. Eu respondo: “Olha, que eu saiba não. Mas eu ainda sou novo, pode ser que daqui um tempo eu descubra que eu sou gay” (risos).

fonte:https://br.esporteinterativo.yahoo.com/noticias/anderson-silva-comenta-fama-de-metrossexual---%C3%A0s-vezes-a-galera-acha-que-eu-sou-gay-202034793.html
Por Fernanda Oliveira | Yahoo Esporte Interativo
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