Objetivo é descobrir de onde partiu o tiro que atingiu Claudia.
Auxiliar de serviços gerais foi arrastada em carro de polícia.
Reconstituição do caso Claudia Silva Ferreira (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)
O delegado Carlos Henrique Machado, titular da 29 DP (Madureira), disse que o principal objetivo da reprodução desta quinta-feira (3) é saber de onde partiu o tiro que matou Claudia Silva Ferreira, baleada no dia 16 de março em uma operação da Polícia Militar no Morro da Congonha, em Madureira, Subúrbio do Rio, e arrastada pelo carro da corporação após ter sido socorrida. A previsão é que os trabalhos durem até a tarde desta quinta. Já o laudo da nova perícia deve ser concluído em 30 dias.
"Hoje nós vamos realizar a reprodução simulada. Ela é uma ferramenta muito importante para esclarecer dúvidas até o fim do inquérito. A maior parte da perícia já foi realizada e os laudos recebidos na delegacia. Mas ainda há divergência sobre de onde partiu o tiro que matou a Claudia Silva Ferreira. Estamos contando com todos os personagens que estavam no dia da operação: os 9 PMs, o Ronald, que foi preso em flagrante, e os familiares da Cláudia. Confrontando as versões, quero chegar a conclusão do inquérito. A gente vai ter que aguardar o laudo. Em aproximadamente 30 dias teremos o resultado da perícia de hoje", afirmou o delegado.
Segundo Machado, o laudo do IML não apontou de qual tipo de arma o tiro teria sido disparado.
"O ferimento não apresenta a vestígios típicos de qual arma seria. Neste momento, eu estou preocupado com o desenvolvimento da reprodução simulada. O principal ponto a ser esclarecido é o local do confronto, mas toda ação daquele dia será reproduzido. Até mesmo o resgate. Vamos fazer por partes, desde o ponto da incursão, de onde a troca do tiro aconteceu, e vamos partir para o socorro e a saída da comunidade".
Reconstituição foi feita nesta quinta-feira (Foto:Reprodução / TV Globo)
Lembre o caso
Policiais da 29ª DP (Madureira) fazem nesta quinta-feira (3) uma reconstituição da morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira. Oito PMs que participaram da ação na comunidade foram intimados a fazer parte da reprodução simulada. Familiares da vítima e testemunhas também foram convocados. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) vai apoiar a reconstituição.
Claudia foi baleada por PMs quando descia a favela para comprar pão. Ela foi colocada por policiais militares no porta-malas da viatura, para ser levada, segundo a PM, ao Hospital Carlos Chagas, onde chegou sem vida, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. No meio do caminho, no entanto, o porta-malas se abriu, a mulher ficou presa ao carro por um tecido da roupa, e teve parte do corpo dilacerada ao ser arrastada pelo asfalto por cerca de 350 metros.
Três policiais chegaram a ser presos após a ação no Morro da Congonha, mas foram soltos dias depois. Dois deles têm, no histórico, registros de homicídios decorrentes de intervenção policial, segundo a Polícia Civil. O subtenente Adir Serrano Machado consta como autor em 13 homicídios; enquanto o subtenente Rodney Miguel Archanjo tem três registros de homicídio; e o sargento Alex Sandro da Silva Alves não possui nenhum registro como autor de mortes.
Um cinegrafista amador registrou o momento em que ela é arrastada (o vídeo foi divulgado pelo jornal "Extra") e, por conta disso, houve suspeita de que os ferimentos no asfalto poderiam ser a causa da morte. Entretanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML), não respondeu se ela morreu na hora em que foi baleada ou no caminho do hospital.
O laudo do IML foi entregue na 29ª DP (Madureira). Os peritos afirmam que o tiro que a atingiu Claudia provocou uma lesão grave, e ela morreu em poucos minutos. O laudo, porém, não informa quanto tempo depois do tiro Claudia faleceu.
fonte:http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/04/delegado-explica-reconstituicao-da-morte-de-claudia-silva-ferreira-no-rio.html
Mariucha Machado - Do G1 Rio
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