quinta-feira, 3 de abril de 2014

Família de operário quer R$ 1 milhão de indenização por morte em Itaquera

Mãe disse que jovem reclamou de falta de segurança na Arena Corinthians.
Empresas citadas não responderam até publicação de reportagem.

Mãe mostra fotos do operário morto em Itaquera (Foto: Amanda Previdelli/G1)

A família do operário que morreu neste sábado (29) em um acidente nas obras da Arena Corinthians, na Zona Leste de São Paulo, vai pedir R$ 1 milhão de indenização trabalhista. Segundo o advogado Ademar Gomes, as empresas envolvidas, Odebrecht, WDS Construções e Fast Engenharia, serão processadas por danos morais e materiais.

“Vamos pedir também uma pensão vitalícia para a mãe dele”, disse Gomes. Procuradas, as empresas WDS Construções e Fast Engenharia não responderam até a publicação desta reportagem. 

A Odebrecht informou ao G1 que não é responsável pelas arquibancadas provisórias. Segundo a empresa, a Fast Engenharia está encarregada da construção das arquibancadas que serão usadas apenas durante a Copa do Mundo e são de responsabilidade do governo do estado de São Paulo.

Fabio Hamilton da Cruz, 23 anos, trabalhava na instalação dessas arquibancadas quando caiu de cerca de nove metros. Ele foi socorrido, mas morreu no Hospital Santa Marcelina, também em Itaquera.

Segundo a mãe do operário, o jovem fez um curso teórico, mas estava aprendendo a função de montador na prática. “Ele já tinha reclamado quanto à segurança e tinha falado que pediu para eles colocarem uma barra que eu não entendo o que é”, disse Sueli Rosa Dias, 45. “Eu não acredito na versão dada pelas empresas. Meu filho era cuidadoso e ele só tirava os cabos para dar espaço para ele andar. Ele já tinha falado que não dava para andar lá em cima com o negócio que ele tinha que usar”, acrescentou a mãe do operário.

De acordo com declarações dadas pelos investigadores, Fabio não estaria usando o equipamento de segurança necessário quando sofreu o acidente. A WDS, porém, afirma que o funcionário era treinado, conhecia a atividade e tinha à disposição todos os equipamentos necessários. “Por mais que eles tentem jogar a culpa em cima do meu filho eu sei que ele não tem culpa. Até porque, por que agora eles querem instalar a rede de proteção?” disse, emocionada.

Sueli ainda afirmou que seu filho não havia se manifestado quanto ao perigo de cair, mas reclamava de falta de segurança. “Ele disse que era perigoso e arriscado porque se ele pisassem em falso e não estivesse preso aí, sim, ele teria medo de cair”. Segundo a mãe do operário, seu filho contava que todos os funcionários quando caminhavam em alturas tinham de se soltar “para poder dar um passo a frente”.
A mãe do operário citou um outro acidente que supostamente teria ocorrido durante a construção da Arena e que foi relatado a ela por seu filho. "Um dos amigos dele ficou com a mão presa e acabou perdendo os dedos, mas isso não foi divulgado", disse.

“O sonho dele era assistir ao jogo com o sobrinho. Ele estava feliz porque estava ajudando a construir o estádio do Corinthians, que era o time do coração dele”, contou Sueli.
Para o advogado, a Odebrecht também pode ser responsabilizada por supostamente ter contratado a WDS Construções para a obra. Gomes admitiu, porém, que ainda precisa revisar todos os contratatos dos envolvidos. A WDS, por sua vez, foi a contratante de Fabio Hamilton da Cruz. A Fast Engenharia é a empresa responsável pelas arquibancadas móveis que serão usadas apenas na Copa do Mundo.

fonte:http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/04/familia-de-operario-quer-r-1-milhao-de-indenizacao-por-morte-em-itaquera.html
Amanda Previdelli - Do G1 São Paulo
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