Um laudo divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Médico Legal (IML) de Alagoas descartou a hipótese de o menino Josivaldo dos Santos Nascimento, de seis anos, ter sido morto após apanhar de dois colegas.
A criança morreu na semana passada em Maceió depois de se envolver em uma briga com os dois garotos -de oito e dez anos- que o teriam agredido por causa de uma bola de gude.
Segundo o IML, a suposta agressão que teria sido testemunhada por vizinhos da vítima não provocou a morte de Josivaldo. O laudo diz que menino morreu devido a uma pneumonia.
O médico legista Marcos Ferreira da Silva, que assina o laudo, disse por meio de nota que encontrou escoriações nas pernas e nos glúteos do menino. Estas, no entanto, não "tem ligação com a morte".
"O óbito foi em decorrência de um choque séptico secundário de uma pneumonia bilateral extensa", concluiu.
O legista explicou ainda que exames de raio-x também não detectaram fraturas internas no corpo do menino.
O laudo foi encaminhado ao Conselho Tutelar da Região 1 e à Polícia Civil.
A morte do garoto chocou a população de Maceió - que, segundo a ONU, é a cidade mais violenta do Brasil.
Inicialmente, a Polícia Civil afirmou que não investigaria o caso por se tratar de um crime supostamente cometido por crianças.
Mas a delegada-titular do 6º DP da capital alagoana, Maria Aparecida Araújo, disse que abriu um inquérito policial sobre o caso após ter recebido uma denúncia anônima de que o menino era espancado pelo padrasto.
"O laudo confirmou o contrário. Não foi encontrada nenhuma lesão que justificasse o óbito. Não houve crime", afirmou.
A delegada também ouviu o garoto de dez anos, apontado como um dos supostos agressores. "Ele disse que apenas empurrou o menino", completou a delegada.
O depoimento do garoto contrasta com os relatos de moradores que disseram ao Conselho Tutelar terem visto Josivaldo sendo imobilizado e recebendo golpes no abdômen.
Segundo a conselheira Severina Ferreira, antes de morrer, o menino reclamou à mãe de dores na barriga. Ele foi levado a um posto de Saúde e, na sequência, para o Hospital Geral de Maceió, onde morreu.
De acordo com a delegada que investiga o caso, as famílias de Josivaldo e dos garotos apontados como agressores deixaram o bairro Emater, na periferia de Maceió, onde moravam.
O caso será, agora, analisado pela Promotoria da Infância e Juventude de Maceió.
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