quinta-feira, 30 de julho de 2015

Animais: Sucuris não matam por sufocamento


As cobras em geral não são assassinas muito gentis. Elas matam suas vítimas ou através de seus venenos cheios de toxinas ou as engolindo ainda vivas. 

As jiboias e outras cobras constritoras, como as cobras sucuri, no entanto, preferem uma abordagem mais íntima: elas dão às vítimas um abraço mortal, esmagando-as antes de se alimentarem. 

A sabedoria popular diz que as vítimas das constritoras morrem por asfixia, mas esta teoria tem sido questionada desde 1920, e a suposição não foi verificada em testes científicos.

Agora, experimentos de laboratório revelam que as constritoras mais provavelmente causam a morte das vítimas parando o fluxo de sangue nelas, privando seu coração e cérebro de receber o fluido vital. Animais capturados em tal situação desmaiam e morrem em poucos minutos, de acordo com o estudo.

A hipótese de morte por asfixia provavelmente decorre do fato de que um rato ou coelho enrolado por uma sucuri parece estar com falta de ar. Mas a velocidade com que a sua vida se apaga conta uma história diferente, diz o autor Scott Boback, herpetologista no Dickinson College, nos EUA.
Morte rápida

Boback e seus colegas anestesiaram 24 ratos e os ofereceram para 9 constritoras – algumas selvagens, capturadas em Belize, e outras criadas em cativeiro. Antes de sacrificar os roedores, os pesquisadores inseriram eletrodos de eletrocardiograma e cateteres nos corpos dos animais, para que eles pudessem monitorar a frequência cardíaca e dados de pressão arterial ao longo do processo de esmagamento.

Os pesquisadores ficaram surpresos ao observar que a circulação de sangue caiu pela metade no prazo de seis segundos conforme as cobras se enrolavam em torno dos ratos. Durante o minuto seguinte, os corações dos ratos começaram a bater irregularmente, causando “graves impactos sobre a função cardiovascular”.

No final de um período de seis minutos, mais de 90% dos ratos havia sofrido danos irreversíveis ao coração e morrido. Os roedores, no entanto, não teriam percebido. Se estivessem conscientes, Boback acredita que eles teriam desmaiado momentos após a compressão ter começado, devido à falta de fluxo sanguíneo para o coração e o cérebro.

Os resultados mostram que as presas morrem rápido demais para a asfixia ser um problema – provavelmente levaria alguns minutos, e não segundos, para que ela fosse a culpada pela morte. “O interessante sobre os nossos resultados é que houve uma série de falhas fisiológicas acontecendo simultaneamente nos ratos”, diz Boback. Entre elas, a diminuição da pressão nas artérias dos animais, aumentando a pressão nas veias, e o sangue rico em potássio e acidez. “Cada uma dessas falhas poderia ter causado a morte nos animais”, continua ele. “O fato de todas ocorrerem ao mesmo tempo é bastante notável e significativo”.

Se o seu destino é ser o jantar de uma cobra, a morte relativamente rápida por constrição parece quase preferível a ser engolido vivo ou ter um veneno letal injetado em seu corpo, que começa a digerir os tecidos de um animal antes que ele esteja morto, ou então provoca hemorragia interna descontrolada ou coagulação. [Smithsonian]

fonte
por Jéssica Maes
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