quarta-feira, 11 de abril de 2018

PF acha digitais em balas que mataram Marielle

Segundo o ministro Jungmann, houve afunilamento das hipóteses para o crime

Com a descoberta, polícia poderá comparar a digital com a de eventuais suspeitos - Luciano Belford / Agência O Dia

Rio - A perícia da Polícia Federal identificou impressões digitais na munição recolhida pela polícia no local dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As digitais, no entanto, são parciais e estão em mais de um estojo dos projéteis usados pelos criminosos. Os responsáveis pela perícia apresentaram na segunda-feira, na sede da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), os avanços na investigação, que impressionaram o secretário de Segurança, general Richard Nunes.

Com a descoberta, a polícia poderá comparar as digitais encontradas com as de eventuais suspeitos. De nove cápsulas examinadas, os peritos identificaram uma que possui características especiais, semelhantes à de um projétil usado em homicídio ocorrido em São Gonçalo.

A novidade fez com que o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, se declarasse otimista com o desfecho da investigação que vai completar um mês no próximo sábado. "Houve um afunilamento das hipóteses. Eu sinto das pessoas, quando converso lá, que elas estão animadas, de que vão conseguir colocar na cadeia não só os que executaram, mas também chegar aos mandantes", afirmou.

Na tarde de ontem, dois agentes da DH estiveram na Câmara de Vereadores do Rio e intimaram mais oito vereadores para depor sobre o caso. Até o momento, seis vereadores já foram ouvidos na DH: Renato Cinco e Babá, ambos do PSOL, mesmo partido de Marielle; Zico Bacana e Marcello Siciliano, do PHS; Ítalo Ciba, do Avante; e Jair da Mendes Gomes, do PMN. Todos na condição de testemunhas.

Entre os intimados ontem estavam amigos de Marielle Franco, como o vereador Tarcísio Motta (Psol). "Recebi a intimação através da presidência da Casa. Acredito que o que tenho a acrescentar é falar sobre a trajetória da Marielle, a relação com outros vereadores na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Sobre o avanço das digitais coletadas, acredito que seja um indício de que a investigação está avançando", afirmou.

Outro intimado foi Jones Moura (PSD). "Estou curioso para saber quais as perguntas a polícia vai fazer. Meu depoimento vai acontecer no dia 17 de abril. Minha proximidade com a Marielle era nas atividades parlamentares".

Vereador critica a polícia
O vereador psolista Leonel Brizola Neto foi um dos oito a ser intimado ontem. Seu depoimento também está previsto para quinta-feira. Ele criticou as investigações. "Não consigo entender o objetivo do delegado em falar comigo, fiquei surpreso. Estou chocado com o caso até agora como todos e acredito que a polícia está como cego em tiroteio", afirmou.

O vereador fez uma alusão entre o assassinato e a denúncia feita por Marielle ao 41ºBPM (Irajá), dias antes de ser morta. "Ao invés de investigar o 41º batalhão, ouve depoimento de vereadores. Por que a polícia não investiga a própria polícia? As investigações estão patinando no mesmo lugar, sem solução, só um espetáculo com a questão política. Na minha opinião, a polícia deve investigar as denúncias que a Marielle fez."

Com reportagem da estagiária Luana Dandara, sob supervisão da repórter
por Bruna Fantti
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