segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Deputados do PT se rebelam contra orientação do Planalto sobre Cunha

POR O GLOBO
BRASÍLIA – Expostos como aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por terem esvaziado sessão do Conselho de Ética na semana passada que analisaria a admissibilidade do processo por quebra de decoro contra o peemedebista, deputados do PT estão se rebelando contra orientação do Palácio do Planalto de evitar confrontos para impedir que seja desengavetado um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Um dos três integrantes do PT no Conselho de Ética, o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), que na quinta-feira passada somente chegou à sessão do colegiado depois que o quórum havia sido atingido, afirmou nesta segunda-feira que deverá votar pela admissibilidade do processo e que seria omissão da Câmara evitar as investigações no colegiado.

A tendência é que a gente vote favorável à continuidade do processo. Há acusações contundentes e o processo correndo no Judiciário contra Eduardo Cunha. A Câmara não pode deixar de mostrar sua condição de poder instituído para analisar isso. O fim do processo significaria a Câmara se omitir e isso seria ruim para a Casa – disse Prascidelli.

O deputado Jorge Solla (PT-BA), que participará de reunião na noite desta segunda-feira com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que pretende discutir no encontro a “estratégia de cassação” de Eduardo Cunha por parte do PT. Solla refutou a hipótese de petistas recuarem nos ataques em relação ao presidente da Câmara.

Uma das discussões que com certeza vai surgir hoje é a estratégia de cassação do Eduardo Cunha. Esse assunto está na pauta de qualquer discussão no cenário nacional. Não dá para discutir política sem discutir a cassação do presidente da Câmara, que está envolvido em corrupção – disse ao GLOBO.

O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Ricardo Berzoini, também se reúne com integrantes da bancada petista na tarde desta segunda-feira. O ministro é um dos defensores da política de boa vizinhança com Eduardo Cunha para evitar retaliações como o prosseguimento de um processo de impeachment e a paralisação da votação de matérias do ajuste fiscal.

Mais cedo, o deputado Léo de Brito (PT-AC), que também integra o Conselho de Ética, antecipou ao GLOBO que votará pela continuidade do processo contra Cunha e disse que não participará de acordos para preservá-lo.

Eu não irei participar de acordo algum. Votarei esta semana pela admissibilidade do processo — afirmou ao GLOBO.

O deputado disse ainda que não foi chamado para, prevista para acalmar os petistas que reagiram contra o apoio prestado pelo PT a Cunha no Conselho de Ética na semana passada.

Para Léo de Brito, o presidente da Câmara não irá retaliar o governo com o impeachment se os deputados petistas não o ajudarem a escapar da cassação no colegiado.

O petista criticou ainda o colega de partido, senador Jorge Viana (PT-AC), .

Causa-me estranheza e perplexidade as declarações do Senador Jorge Viana. Ele é uma das poucas pessoas com quem conversei sobre o caso Eduardo Cunha, uma demonstração de respeito, confiança e lealdade. Sabe que vou votar pela admissibilidade. Sabe que haveria reunião do Conselho de Ética e que haveria pedido de vistas, portanto, não haveria votação. Sabe que fui ao Acre na mesma agenda do ministro do Turismo que ele participou, pré-agendada desde o início da semana — afirmou.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) disse, na semana passada, que apesar de concordar em dar tempo a Cunha no conselho para que o governo consiga terminar de votar temas importantes na Câmara, será favorável à admissibilidade do processo no colegiado.

fonte:dm.com.br
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