1h da madruga de sexta-feira em Barcelona e Lionel Messi estará, sofrendo, diante da televisão. O craque argentino não encara o Brasil por conta da lesão no ligamento do joelho esquerdo e há 45 dias está calado, pouco sai de casa e tenta acelerar o retorno já iniciando treinamento com bola essa semana. No duro período de recuperação, o atacante se apegou aos filhos e também ao agora amigo inseparável, o atacante uruguaio Luis Suárez.
Suárez é vizinho de Messi em Castelldefels, cidade vizinha a Barcelona. Foi ele quem o levou de carro para o primeiro dia de tratamento no clube em foto estampada nas capas de jornais da Catalunha. Ele também é o parceiro nas poucas vezes que vão aos restaurantes da região - às vezes acompanhados de Mascherano -. O que ainda pesa a favor no relacionamento é o fato das esposas dos jogadores - Antonella (de Messi) e Sofía (de Suárez) - seguirem a mesma linha. Agora são inseparáveis.
"Obrigado ao meu amigo Luiz Suárez pelo pijama de presente. Só não entendi por que o Zangado", brincou Messi em post no Instagram após receber do uruguaio um pijama com o personagem dos Sete Anões. A publicação de um calado Messi durante o tempo de recuperação dá o tom de como o relacionamento dos craques é bom.
Apoio da família
Quem rodeia Messi em Barcelona viu o jogador amadurecido para lidar com a pior lesão na carreira. Os filhos Thiago, de 2 anos e Mateus, nascido dias antes da lesão, são apontados como fundamentais para o argentino se manter tranquilo.
No clube, apoio também não faltou. Com o brasileiro Rafinha dividiu sessões de fisioterapia - ele também se recupera de lesão no ligamento do joelho -. De Neymar, viu na comemoração de um gol o camisa 11 fazer o gesto de 10 com as mãos. O número da camisa que usa.
"Ele frequenta o vestiário mesmo lesionado. É incrível ver um cara com a história dele ser tão amigo de todos. Nos enche de satisfação e alegria saber que ele está aqui para nos apoiar", comentou o meia Sergi Roberto, após a goleada do Barça por 5 a 2 contra o Rayo Vallecano, no Camp Nou, dia 17 de outubro. Jogo em que Messi acompanhou na tribuna.
O Messi de vida social discreta em Barcelona ainda causou alvoroço em meio ao tratamento ao ir a uma peça de teatro na cidade para ver "Cenas da vida conjugal", obra que interpreta seu amigo argentino Ricardo Darín.
Polêmicas e sofrimento
Mas não foi só de paz que Messi viveu no período de tratamento. Quando ainda usava muleta e proteção no joelho lesionado, foi surpreendido com a notícia de um pedido das autoridades espanholas de dois anos de prisão por crimes de delito fiscal - tema que deixa o argentino transtornado -. No mesmo dia, foi à rede social para publicar uma foto jogado no sofá com as mãos para o alto acompanhada da frase: "E assim estou eu h…".
O post de Messi foi polêmico e o chateou por uma má interpretação de fãs argentinos. Ele havia sido feito um dia depois da seleção perder por 2 a 0 para o Equador,em Buenos Aires, na estreia da Argentina nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
"Aproveito para aclarar que minha mensagem anterior em nada tem a ver com a derrota da Argentina. Obviamente estou até a morte com os meus companheiros e a seleção", escreveu Messi pouco depois usando uma típica expressão de apoio argentina.
Messi, nas poucas vezes que fala, demonstra paixão ao comentar sobre a Argentina. Acompanhar o jogo contra o Brasil pela televisão seja, provavelmente, o pior momento do período de tratamento do craque.
"Ele manda mensagem aos jogadores, sofre muito com a seleção. Quem conhece o Messi sabe que ele não é de ver muito futebol na televisão. Só que a seleção da argentina é uma obsessão. Me chateia que nem mesmo por lá imaginem isso", comentou o jornalista argentino, Juan Irygoen, que trabalha no caderno esportivo do diário espanhol "El País" .
fonte:esporte.uol.com.br
por João Henrique Marques
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