segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Essa rocha de 2.500 anos revelou o nome de uma deusa etrusca


Pesquisadores traduziram uma inscrição em uma antiga pedra etrusca e descobriram uma menção a uma poderosa divindade, Uni, que sugere a possível existência de um culto subterrâneo na área dedicada à deusa 2.500 anos atrás.

Os cientistas acreditam que Uni é a equivalente etrusca da deusa grega Hera e da deusa romana Juno, provavelmente adorada como uma deidade da fertilidade e figura de mãe pelo povo do norte da Etruria, na Itália.

Texto sagrado
Segundo o principal pesquisador do estudo, Gregory Warden, do Projeto Arqueológico do Vale Mugello e da Universidade Metodista do Sul no Texas, EUA, a menção à deusa Uni é parte de um texto sagrado que pode ser a mais longa inscrição etrusca de seu tipo já descoberta, e um dos três mais longos textos sagrados até agora.

O texto possui cerca de 120 letras legíveis e sinais de pontuação, e algumas palavras desconhecidas para a arqueologia moderna. “Nós podemos, neste ponto, afirmar que esta descoberta é uma das mais importantes etruscas das últimas décadas”, disse Warden ao portal Science Alert.

Importância histórica
O texto foi inscrito em uma laje de pedra – ou estela – medindo 1,2 por 0,6 metros e pesando 227 kg.

Datado do século 6 aC, foi encontrado enterrado nas fundações do que foi outrora um templo monumental em Poggio Colla, um sítio arqueológico. O local mantém várias camadas de habitação antiga etrusca, a partir do século 7 aC até quando foi abandonado ou destruído, no final do século 3 aC.

A partir do período helenístico, marcado pela morte de Alexandre, o Grande em 323 aC, os etruscos passaram de um povo que dominou a Itália por 500 anos para uma civilização absorvida pelo Império Romano.

Para dar uma ideia de quanto há para descobrir em Poggio Colla, os arqueólogos têm escavado o local por quase cinco décadas, e ainda estão encontrando novos dados sobre práticas religiosas e literárias etruscas.

Uni e Tinia
A identificação de Uni na estela está ligada à descoberta do nome Tinia (escrito como “Tina”), que era adorada pelos etruscos como uma divindade suprema, uma versão local do Zeus grego ou do Júpiter romano.

Uni era a esposa ou companheira de Tinia, e o santuário onde a estela foi descoberta parece ter sido dedicado a ela, com base na riqueza de ferramentas de tecelagem e joias de ouro previamente descobertas no local.

Fragmentos de um vaso de cerâmica que descreve uma cena de uma deusa dando à luz – a primeira cena conhecida de parto na arte europeia ocidental – também foram encontrados no local.

Os arqueólogos provisoriamente ligaram a menção de Uni à existência de um culto subterrâneo no santuário, com base na maneira como a estela foi colocada nas fundações do templo. Segundo os pesquisadores, cultos subterrâneos deste tipo eram frequentemente associados com divindades femininas.

Com o prosseguimento da tradução do texto, provavelmente teremos mais insights sobre o que acontecia no local mais de dois milênios atrás. [ScienceAlert]

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