quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Ratos saudáveis são criados com técnica que pode permitir gerar bebês sem óvulos


Quem não tem óvulos saudáveis poderá, em um futuro próximo, ter filhos fertilizando uma célula comum do corpo – como da pele – com o material genético masculino. De acordo com um estudo recém-publicado, um óvulo não será mais necessário para ter filhos.

Assim, casais homossexuais poderão ter um bebê unindo uma célula comum de um pai com o espermatozoide do outro pai. Ou um homem solteiro poderá fazer o mesmo com suas próprias células, sem a necessidade do material genético de uma segunda pessoa. Mulheres inférteis também poderão ter filhos biológicos com o gameta masculino. É claro que em todos os casos é necessário que o embrião gerado seja implantado no útero da mulher que vai gerar o bebê.

Bebês ratos

Um trabalho publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira (13) relata a experiência de sucesso em que ratos são criados sem a tradicional fusão entre óvulo e espermatozoide.

Os cientistas da Universidade de Bath (Reino Unido) utilizaram um óvulo não fertilizado no experimento. Com a ajuda de substâncias químicas, este óvulo foi “enganado” para se tornar um pseudo-embrião. Esses embriões falsos compartilham muitas características com células comuns, como as da pele, na forma em que se dividem e controlam o seu DNA.

Os pesquisadores acreditam que se é possível injetar espermatozoides nestes pseudo-embriões para gerar bebês saudáveis, então um dia pode ser possível fazer o mesmo com células humanas comuns.

Até agora, porém, estes pseudo-embriões morriam poucos dias depois de sua formação. Com a ajuda de um sal chamado cloreto de estrôncio, foi possível manter o pseudo-embrião vivo, para que o material genético do espermatozoide fosse injetado e dali surgisse um embrião verdadeiro.

No experimento com ratos, a união entre o pseudo-embrião e o gameta masculino resultou em 25% de sucesso de gestação. “Esta foi a primeira vez que foi possível unir esperma com algo que não é um óvulo para resultar em descendentes”, aponta Tony Perry, um dos pesquisadores. “Isso revoluciona 200 anos de pensamento científico”.

A ideia de que a única forma de gerar mamíferos é através da união entre óvulos e espermatozoide existe desde 1827, desenvolvida pelo biólogo Karl Ernst Ritter von Baer.

Os bebês ratos gerados neste processo nasceram e cresceram de forma saudável, e até tiveram seus próprios filhos de forma tradicional.

Novos tratamentos
A pesquisa não deve ser aplicada em seres humanos tão cedo, mas os conhecimentos tirados dela podem trazer novas ideias para o tratamento da infertilidade humana. O estudo não traz esperança apenas para os seres humanos, mas também para mamíferos em extinção, que poderiam ter seus números multiplicados com a ajuda da pesquisa.[Futurism, BBC, Nature]

por Juliana Blume
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