O nosso cérebro é uma ferramenta afiadíssima para reconhecer rostos. Fazem milhões de anos que vivemos em grupos sociais, onde é importante diferenciar, por exemplo, quem é o chefe e quem é que nos deve uma grana.
O nível de detalhes que o nosso cérebro nota e anota ao registrar o rosto de alguém é enorme: olhos, forma da boca, nariz, cor da pele, e uma miríade de outros detalhes. Prova disso é que várias áreas do cérebro são ativadas quando estamos examinando um rosto, mais do que as que são ativadas quando olhamos para um animal ou um prédio.
E esta atividade cerebral pode ser examinada em detalhe usando imagem de ressonância magnética funcional (fMRI), por exemplo. Os cientistas já podiam, a partir de análises da atividade cerebral de vários pacientes, determinar se eles estão olhando ou pensando em um prédio ou um animal, mas a tecnologia ainda tem suas limitações – não era possível descobrir qual o prédio ou qual o animal que o paciente está vendo.
Entra em cena o estudante universitário Alan W. Cowen, aluno do professor de psicologia, ciência cognitiva e neurobiologia Marvin Chun. Trabalhando junto com o pesquisador Brice Kuhl, ele apresentou 300 rostos “de treinamento” a seis pacientes que estavam sendo submetidos ao fMRI.
Os rostos “de treinamento” apresentavam variações pontuais, como tom da pele, etnia, ou expressão, mas todos tinham a mesma cara de “foto 3×4″. Cada um dos pacientes viu a série de rostos “de treinamento” pelo menos 60 vezes, e essa atividade cerebral foi registrada.
A partir do registro de atividade cerebral, foi construído um modelo de como cada paciente reagia aos rostos. A seguir, eles apresentaram aos mesmos seis pacientes um conjunto de 30 rostos, ao mesmo tempo que eram novamente submetidos ao fMRI.
A ideia era que, analisando a atividade do cérebro, seria possível determinar traços importantes do rosto que estavam sendo visualizados, a partir da biblioteca criada no passo anterior.
A imagem reconstruída foi, então, comparada com o rosto que estava sendo apresentado. Parece mágica, mas os rostos reconstruídos representavam os rostos apresentados com uma fidelidade razoável, sendo possível determinar com certeza o sexo, idade e expressão emocional do retrato, bem como o tom da pele e a forma do rosto.
Cowen espera que, com o tempo, a precisão da reconstrução das imagens vá aumentando, a ponto de permitir que ela sirva como uma ferramenta de pesquisa no futuro, por exemplo, para estudar como as crianças com autismo respondem neurologicamente aos rostos.
O professor Chun descreve o processo como “um tipo de leitura da mente”, que poderia ser usado para reconstruir não só uma face que está sendo vista, mas uma que o paciente esteja lembrando, ou um rosto visto em sonhos. [MedicalXpress, LA Times, Yale News]
fonte:http://hypescience.com/cientistas-conseguem-ler-a-sua-mente-e-descobrir-em-quem-voce-esta-pensando/
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário