quarta-feira, 19 de março de 2014

Médico preso por estupro em UPA será transferido para presídio no RJ

José Carlos Alberto Martins será encaminhado para o Complexo de Bangú.
"Ele poderia abusar de outras mulheres nos plantões", diz delegada.


Será transferido na manhã desta quarta-feira (19) para o Complexo Presidiário de Bangu, no Rio de Janeiro, o médico preso por suspeita de ter estuprado três pacientes dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Iguaba Grande, na Região dos Lagos do Rio. O clínico geral José Carlos Alberto Martins, de 54 anos, foi detido na tarde desta quarta-feira (18) e aguarda pela transferência na delegacia da cidade. Ele havia sido afastado em janeiro das atividades da UPA de Iguaba por causa das denúncias, mas continuava trabalhando em outros hospitais. Segundo a delegada Janaína Peregrino, responsável pelo caso, esse foi o principal motivo para o pedido de prisão preventiva.
"Se ele continuasse tirando plantões, poderia abusar de outras mulheres, de outras pacientes", explicou a delegada.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Iguaba Grande informou que um inquérito administrativo corre desde o dia 4 de janeiro, quando o médico teria sido afastado de suas funções após a denúncia de abuso sexual no dia 27 de dezembro do ano passado. No entanto, os outros dois casos foram registrados em 5 de janeiro, um dia depois que a Prefeitura afirma tê-lo afastado.

Na manhã desta quarta a reportagem do G1 entrou em contato com Assessoria de Comunição da Prefeitura, que confirmou o conflito nas datas e afirmou estar apurando a ordem correta dos fatos. Até o momento não houve atualização nas informações. Ainda na nota, a Prefeitura voltou a negar que a secretária de Saúde, Maria Juraci de Andrade Dutra, tenha tentado "abafar" o caso, como disse uma das pacientes que denunciou o médico.

"A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Iguaba Grande informa que o médico José Carlos Alberto Martins, servidor público, recém ingressado na PMIG e que atuava na unidade de emergência local, foi afastado no dia 04 /01/2014, quando foi e aberto um Inquérito Administrativo, devido a uma denúncia de uma paciente. O caso foi registrado na delegacia local, através do RO n°. 129 01235/2013, de 27/12/2013, a pedido da Secretaria de Saúde. A Prefeitura de Iguaba informa ainda que repudia qualquer tipo de ato que fira a integridade das pessoas, principalmente de seus pacientes. No entanto, vai aguardar a apuração das investigações. A secretária de Saúde, Maria Juraci Dutra, reitera que todo apoio e assistência necessária à vítima foram oferecidos assim como todas as providências foram tomadas com relação ao Servidor Público", diz a nota.

Abusos ocorreram dentro da UPA
O médico José Carlos Alberto Martins é acusado de estuprar uma mulher de 25 anos no dia 27 de dezembro do ano passado, dentro da unidade, durante atendimento. Depois disso, no dia 5 de janeiro deste ano, ele foi acusado por mais duas mulheres, de 23 e 25 anos, pelo mesmo crime dentro da unidade. Durante as investigações, as vítimas, enfermeiras e atendentes da UPA foram ouvidas na 129ª DP (Iguaba). A delegada Janaína Peregrino espera que com a divulgação da prisão do médico outras possíveis vítimas procurem a delegacia.

Vítima conta como foi abuso
Vanessa da Costa Chaves, de 25 anos, foi a primeira mulher a denunciar o médico. Ela contou que chegou com 60% do corpo queimado na unidade de saúde porque tinha passado 'chá de folha de figo' para se bronzear. No corredor da UPA, o suspeito ofereceu atendimento para a jovem.

''Eu estava sem forças, com quase todo o corpo queimado. Ele disse que ia me atender. Me levou para a sala de curativos e tirou a minha roupa porque ele iria passar um óleo no meu corpo. Um guarda que estava com ele deu a sugestão de chamar uma enfermeira para ajudar, mas o médico negou a ajuda'', disse.

A dona de casa contou ainda que estava quase desmaiando quando sentiu que Carlos Alberto Martins passava o óleo em partes íntimas, que não estavam queimadas, como a vagina, seios e nâdegas da paciente.
''Eu senti ele passando, não entendia nada porque não tinha queimado essas partes. Queria ajuda, mas estava muito fraca. Depois de ser atendida, meu namorado chegou. Contei o que o médico tinha feito e chamamos a direção. A secretária de Saúde foi até a sala onde estávamos e pediu para eu esquecer o que tinha acontecido, abafar o caso'', desabafou.

A secretária de Saúde de Iguaba Grande, Maria Juraci de Andrade Dutra, disse ao G1 que em nenhum momento pediu para a vítima esquecer o caso.

''É completamente inverídico. Nós colocamos uma assistente social e a diretora administrativa para acompanhar a Vanessa. Levamos a denúncia dela até a delegacia e eu disse para ela que era importante denunciar. Nós já abrimos um inquérito interno para investigar o caso'', disse.
''Eu me sinto desmoralizada, me sinto arrasada. Fui pedir socorro e um médico abusou de mim, passou a mão nas minhas partes íntimas. É revoltante'', finalizou Vanessa.

fonte:http://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/2014/03/medico-preso-por-estupro-em-upa-sera-transferido-para-presidio-no-rj.html
Tomás Baggio - Do G1 Região dos Lagos
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