terça-feira, 18 de agosto de 2015

Garota é alérgica aos seus próprios sentimentos e pode morrer se ficar muito animada


Chloe Print-Lambert, de 20 anos, tinha uma vida normal. Ela adorava praticar atividades ao ar livre, tinha aulas de zumba e equitação, inclusive frequentando estábulos.

Mas agora, a garota está confinada a uma cadeira de rodas, incapaz de andar ou cuidar de si mesma, com risco de sofrer uma reação alérgica mortal a qualquer coisa, incluindo seus próprios sentimentos.

A garota, de Warwickshire, na Inglaterra, sofre de uma série de condições severamente debilitantes. Ela já sofreu convulsões causadas por joias, medicamentos, mudança de temperatura e até mesmo por se sentir animada.

Infelizmente, não há alguma maneira de prevenir uma próxima alergia. “As minhas reações podem causar erupções cutâneas, inchaço, aumento da frequência cardíaca, dificuldades respiratórias, e, na pior das hipóteses, podem ser fatais, porque aparecem a qualquer momento, sem aviso, eu sempre tenho que estar em alerta. Eu já reagi a tudo, desde um colar que eu estava usando há anos, até a medicação que eu tomo para controlar a minha doença”, relatou Chloe.


"A mudança na temperatura também pode causar-me uma reação. Eu tenho que dormir com um ventilador no meu quarto. Eu mesma desenvolvi alergias às minhas emoções. No Dia das Mães, eu estava no hospital há semanas, e toda a minha família veio me ver. Eu estava tão animada que saí para o corredor para vê-los, e tive uma convulsão imediatamente”, contou Chloe, que foi diagnosticada, em 2014, com síndrome de Ehler-Danlos (EDS), uma condição que afeta as articulações e tecidos conjuntivos.

Isso significava que suas articulações poderiam deslocar-se à menor batida. Então, em 2009, ela foi diagnosticada com uma doença cardíaca rara, chamada Síndrome de Taquicardia Postural Ortostática (POTS). A condição provoca alterações anormais no ritmo cardíaco de uma pessoa, o que significa que ela corre o risco de colapso mesmo sem esforço.

A combinação de síndromes dificultou a vida de Chloe, já que suas articulações se deslocam quando ela desmaia devido à POTS. Ano passado, ela começou a sofrer convulsões inesperadamente e reações alérgicas a diferentes estímulos.

Ela foi diagnosticada com disautonomia, uma condição em que o sistema nervoso autônomo (SNA) não funciona adequadamente. Em pessoas saudáveis, o SNA inconscientemente controla as funções corporais, tais como frequência cardíaca, temperatura corporal, frequência respiratória, digestão... No caso dela, que o SNA não funciona corretamente, ela não pode controlar sua temperatura corporal ou suas emoções.

Os médicos também descobriram que ela tinha mastocitose, um distúrbio de mastócitos do corpo, o que a levou a ter reações alérgicas a qualquer outra coisa. Os mastócitos liberam histamina e outros produtos químicos para a corrente sanguínea quando detectam um alérgeno, o que causa uma reação alérgica. Seus mastócitos confundem substâncias inofensivas com alérgenos, o que significa que ela pode ser alérgica a metal, medicamentos e mudanças de temperatura, dentre outras coisas não identificadas. E como ela não pode controlar suas emoções, se ela ficar com raiva ou animada, também pode desencadear uma reação.


Agora, ela precisa visitar o hospital até 20 vezes ao mês. Os órgãos falhos de Chloe revelam que seus músculos ficam muito fracos e não estão funcionando como deveriam. Isso significa que ela tem que ser alimentada através de um tubo. Sua doença consumiu tanto sua rotina que ela mal consegue se lembrar de como era a vida antes de adoecer.

Blair Grubb, diretor clínico de distúrbios autonômicos da Universidade de Toledo, em Ohio, EUA, disse que os sistemas corporais de Chloe não estão em sintonia. "Estas condições realmente tem que ser realçadas. A sua complexidade pode ser muito difícil tanto para o paciente quanto para seus familiares. O sistema nervoso autônomo controla a temperatura do corpo e sua frequência cardíaca, e eles têm que ser coordenados para funcionar, senão, perdem suas funções, o que significa que a gravidade vai tentar deslocar um terço do volume de sangue, dirigindo-se para a metade inferior do corpo, para que o sistema de funcionamento ajude a bombear o sangue de volta para a metade superior do corpo”, disse ele.

Segundo o especialista, o caso da garota é complicado, pois seu sistema não consegue executar o processo, sem poder bombear o sangue aos vasos. “Isso faz ela ficar inconsciente e ter convulsões ao mesmo tempo. O corpo precisa de muito esforço para ajudá-la a recuperar o forte fluxo de sangue para o cérebro, mas um paciente de disautonomia não tem o poder de controlar alguns dos seus órgãos”, concluiu.

Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail
fonte:http://www.jornalciencia.com/
por Bruno Rizzato
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