Por que só no Brasil existe Justiça eleitoral? Para fazer Justiça é que não é
Presidente do TSE, Ministro Gilmar Mendes, na retomada do julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer (José Cruz/Agência Brasil)
Se fossem juízes de futebol, os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral teriam punido com a expulsão os dois atropeladores de regras já nos primeiros minutos da partida. Como são juízes de urna, os artistas togados em ação na TV Justiça deixam correr solto o jogo que não tem prazo para terminar. Pode acabar na véspera do feriado de Corpus Christi. Pode acabar depois. Depende de Gilmar Mendes.
Até lá, fazem de conta que meditam sobre questões decididas há tempos na cabeça de cada um. Nesta quarta-feira, o presidente do TSE garantiu que não haverá pedidos de vista. Isso quer dizer que, nas contas de Gilmar, a dupla em julgamento já foi absolvida. O nosso Juiz dos Juízes nem espera que o jogo chegue ao fim para anunciar seu resultado.
Tom Jobim ensinou que o pátria de Macunaíma não é para amadores. Nem para os melhores profissionais, sabe-se agora. Nenhuma sumidade do mundo do Direito saberá explicar por que o Brasil é o único país do mundo em que existe uma Justiça Eleitoral (e, por consequência, um Tribunal Superior Eleitoral e uma penca de tribunais regionais eleitorais). Como reitera o julgamento da chapa Dilma-Temer, para garantir eleições limpas é que não é.
Por Augusto Nunes
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