sexta-feira, 30 de junho de 2017

Pênalti é loteria? Pesquisadores afirmam que não

Estudiosos portugueses estão desenvolvendo projeto para ajudar a compreender o comportamento de goleiros e batedores nas penalidades

Cristiano marca o gol do título do Real Madrid da Liga dos Campeões de 2016 (Alexander Hassenstein/Getty Images)

A máxima “pênalti é loteria” é tão velha quanto equivocada. Pelo menos é o que garante um grupo de pesquisadores portugueses, que diz ter desenvolvido um algoritmo para acabar com o mito que liga a marca da cal ao acaso. O projeto de inteligência competitiva no esporte, que ainda não tem nome, está sendo testado durante a Copa das Confederações na Rússia.

Um dia depois de Portugal ser eliminado pelo Chile ao errar todas as suas três cobranças na decisão por pênaltis, o coordenador do estudo, Alexandre Real, disse que os testes vem dando “resultados muito bons”. Ele montou um grande banco de dados com os resultados e o comportamento de goleiros e batedores das grandes ligas do futebol mundial.

A ideia surgiu durante a Eurocopa do ano passado, em que o pesquisador, especialista em liderança e gestão de equipes, trabalhava como comentarista em um programa de rádio, no jogo de quartas de final em que Portugal derrotou a Polônia nos pênaltis.

O português decidiu desenvolver uma ferramenta que, com base científica, permitiria um melhor preparo a batedores e goleiros para melhorar a eficiência nesse quesito. “Chegamos a conclusão de que Cristiano Ronaldo é mais eficiente que Messi cobrando pênaltis, ainda que tenha um ponto fraco: bater no meio do gol”, revelou o coordenador do projeto.

Segundo a pesquisa, o atacante português do Real Madrid converteu 83% das 109 penalidades máximas que foram analisadas: 89% à direita do goleiro e 85% à esquerda e apenas 58% dos chutes que são no meio do gol.

Ao jornal português Diário de Notícias, o pesquisador disse que, se o goleiro Ruí Patrício tivesse estudado as cobranças de Arturo Vidal e Alexis Sanchez poderia ter defendido as cobranças dos chilenos na decisão da última quarta – o chileno Aranguiz, porém, mudou o canto que havia batido suas últimas três cobranças, mas também converteu. Segundo Real, o algoritmo tem sempre associada uma margem de erro que depende do jogador e do contexto da jogada.

Os grandes clubes do mundo já trabalham com análises semelhantes, especialmente os goleiros que constantemente estudam o comportamento de batedores adversários. Os desenvolvedores portugueses, porém, acreditam que seu projeto é ainda mais eficiente e pretendem comercializar o serviço a partir de dezembro, ainda que com uma regra básica: só uma equipe por país e por competição.

“A informação que damos é tão precisa que se a oferecermos a mais de um clube por país, anula o benefício do serviço.” O coordenador do projeto estima que uma equipe pode ter entre três e 12 pontos a mais por temporada graças a este estudo.

O grupo descarta oferecer o serviço a outros mercados complementares, como sites de apostas esportivas ou estatísticas dirigidas aos meios de comunicação. O grupo ainda revela que a iniciativa não ficará só nas cobranças de pênaltis. “Identificamos novas oportunidades de desenvolvimento de mais algoritmos, principalmente no caso de jogadas de bola parada, como faltas e escanteios”, concluiu Real.

(com agência EFE)
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