quinta-feira, 24 de março de 2016

Brasileiros e a crise: orelhas de Teori e Moro vão arder

Monitoramento em redes sociais que aponta tendências de comportamento dos usuários mostra interesse crescente pela atuação do Judiciário — o que pode provocar enxurrada de fatos e fofocas sobre a vida privada dos magistrados

(VEJA.com/VEJA)

O avanço da Operação Lava Jato, o impasse sobre a nomeação de Lula para ministro-chefe da Casa Civil e a enxurrada de recursos do governo para travar o processo de impeachment dão à Justiça brasileira papel central na crise política. O Poder da toga, seus atos e personagens vêm atraindo a atenção dos brasileiros e assim devem seguir ao menos pelos próximos dez dias. A informação consta de relatório de tendências de comportamento elaborado pela Hekima, empresa de análise de big data. Confira os principais achados no quadro abaixo.

Para elaborar o relatório, a Hekima analisou pouco mais de 30.000 mensagens publicadas no Facebook e no Twitter na última segunda-feira. O monitoramento buscou, combinados ou não, termos como "impeachment", "Dilma", "Lula", "Moro", "Lava jato", "mídia", "Aécio Neves", "Eduardo Cunha" e "Renan Calheiros" e suas variações.

Os analistas, então, perceberam entre as mensagens a formação de cinco grandes grupos temáticos, relativos às cinco tendências apontadas no relatório. Para entender o que seria uma propensão para os próximos dias, o time levou em consideração indicadores como recorrência de conteúdos publicados e também sua dispersão por estratos de usuários (por idade, gênero etc.) e regiões do Brasil.

O interesse pelo Judiciário formou, com folga, o grupo temático com mais referências, reunindo cerca de 56% das mensagens. "O Judiciário se torna, em meio ao caos político instalado, o protagonista político por excelência", diz trecho do relatório. "Projeta-se para os próximos dias maior número de comentários e manifestações em torno do Poder Judiciário, incluindo divulgações (verídicas ou não) sobre a vida pessoal de juízes, advogados e também de policiais, que estejam protagonizando atos no âmbito da Operação Lava Jato."

Uma tendência percebida no mundo on-line pode se concretizar no universo off-line? Sim, diz Anice Pennini, gerente de pesquisa e comunicação da Hekima. "Vivemos um momento em que as ruas afetam as redes, que afetam os veículos de imprensa, que também estão na internet. Os atores se influenciam mutuamente: as fronteiras estão borradas. As redes são reflexo e farol das ruas", diz. "Trabalhamos com a perspectiva, defendida por inúmeros teóricos e analistas, de que as redes virtuais são uma instância de debate e interação tão importante quanto o mundo fora delas."

A tarefa de apontar tendências imediatas de comportamento a partir das redes já havia sido levada a cabo em outras situações de grande engajamento, como as Copas das Confederações, em 2013, e do Mundo, de 2014, e no primeiro panelaço da "era Dilma", o da 8 de março de 2015. "No panelaço, já víamos com antecedência que o protesto ocorreria e que seria grande. Foi possível captar o compartilhamento de mensagens antes do pronunciamento da presidente na TV", diz Anice. Idem para a Copa. "Nossa previsão foi muito assertiva. Conseguimos prever com antecedência que, em determinado dia e estádio, haveria manifestação perto do evento."

(VEJA.com/VEJA)

fonte:veja.abril.com.br
Por: Jadyr Pavão Júnior
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