quinta-feira, 24 de março de 2016

Rio torna Brasil alvo de ataques

Especialistas afirmam que a atenção da mídia e a presença de delegações estrangeiras podem funcionar como chamariz para grupos extremistas

AFP /JIM WATSON - Segurança reforçada na Bélgica após ataques da última terça-feira, n%u018Dos quais morreram 31 pessoas e outras 200 ficaram feridas. Autoridades identificaram suspeitos de crime

Para terroristas, o Brasil não é alvo potencial. Grupos extremistas costumam mirar em países com políticas intervencionistas no Oriente Médio, como Estados Unidos, Reino Unido, França e Bélgica, onde atentados deixaram mais de 30 mortos e centenas de feridos na última terça-feira.

No entanto, durante as Olimpíadas do Rio 2016, de 5 a 21 de agosto, delegações de países-alvo do Daesh (conhecido como Estado Islâmico) estarão por aqui.

Em conjunto com a atenção da mídia internacional, a presença de atletas e chefes de Estado cria ambiente favorável a atentados no Brasil, segundo especialistas entrevistados pelo O POVO.

Até o momento, o Governo Federal e do Rio de Janeiro têm somado esforços para prevenir manifestações de violência urbana, como roubos ou latrocínio, nas Olimpíadas. A preocupação esteve focada nos perigos locais. Agora, parte dela se volta para os que vêm de fora.

De acordo com o internacionalista da PUC-Rio, Márcio Scalércio, o temor em relação a possíveis ataques tem fundamento. “Delegações que estão no topo da lista dos grupos extremistas vão estar no Rio. Ninguém tem condições de impedir atentados, na verdade. Eles atacam sempre procurando fazer o inesperado. Mas é preciso tentar impedir de qualquer forma”, afirma.

O pesquisador diz ainda que é improvável que haja células terroristas atualmente instaladas no País, mas é possível que paramilitares se infiltrem na multidão de visitantes que cruzará as fronteiras para ver os Jogos. “Já há comissão se preparando para isso aqui no Rio”, informa.

Professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Sidney Ferreira Leite explica que é preciso desenvolver boa comunicação e investir em inteligência para tentar barrar ataques.

“O terrorismo contemporâneo é bem diferente daquele anterior ao Al-Qaeda, que atuava regionalmente, em áreas restritas. O mundo interdependente tem o lado bom e o ruim”, diz.

Ferreira Leite explica ainda que, embora a América Latina não seja alvo, “fazer um estardalhaço” é parte da estratégia do terror. Segundo o especialista, eles buscam visibilidade. “Sem dúvida, os Jogos são um prato cheio”, avalia o pesquisador.

Treinamento anti-terror
Na semana passada, policiais militares, civis e bombeiros brasileiros participaram do curso de Primeira Resposta a Incidentes Terroristas. Ao todo, 70 profissionais da segurança se prepararam para lidar com ameaças terroristas nas Olimpíadas do Rio. O curso é promovido pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), em parceria com a Polícia Federal e a Embaixada dos Estados Unidos.

O Escritório de Assistência Antiterrorismo (ATA), da Secretaria de Segurança Diplomática do Departamento de Estado Americano, ajudou a coordenar o projeto. A partir de estudos de casos, o programa contou com nove módulos, aulas teóricas e exercícios práticos.

No treinamento, o 11 de setembro de 2001, o massacre de Columbine (1999) e o ataque de gás Sarin no metrô de Tóquio, em 1995, foram usados como exemplos.

Saiba mais

Suspeitos em Bruxelas
Autoridades belgas afirmam que três suspeitos dos ataques suicidas da última terça, 22, em Bruxelas, foram identificados como Najim Laachraoui,Khalid e Ibrahim el-Bakraoui. Um quarto homem continua foragido - a bomba que ele carregava não foi detonada. Eles teriam cidadania belga e um deles havia sido deportado da Turquia por suspeita de terrorismo.

fonte:opovo.com.br
por Isabel Filgueiras
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário