Sobrevivente do acidente aéreo se recupera dos traumas do desastre rapidamente e pensa no seu futuro como atleta paralímpico
Jakson Follmann exibe a prótese após realizar sessão de fisioterapia (Felipe Cotrim/VEJA.com)
Pouco mais de dois meses depois do acidente aéreo que vitimou 71 pessoas da delegação da Chapecoense, o goleiro Jakson Follmann já está andando e tem planos para seguir no esporte. O atleta de 24 anos está em São Paulo e dá os primeiros passos no Instituto de Prótese e Órtese, o IPO, com sua nova perna biônica e a ajuda de andadores. O objetivo é voltar a ser um atleta paralímpico de alto rendimento.
“Vou procurar conhecer todas as modalidades que o meu corpo puder se adaptar mais rápido. Vou praticar a que me proporcionar maior segurança, aquela em que me sentir melhor. E quem sabe possa estar em uma Paralimpíada daqui uns anos”, afirmou cauteloso Follmann. “É preciso calma. Tem muitas coisas que quero fazer, e primeiro vou aprender e explorar minha nova condição”.
O jogador foi um dos sobreviventes com mais sequelas após a tragédia: sofreu uma amputação abaixo do joelho direito e teve de operar o tornozelo esquerdo. No hospital em Chapecó, ficou amigo de um paratleta que disputou os Jogos do Rio: Renato Leite, levantador da seleção brasileira de vôlei sentado, se comoveu com a história de Follmann e visitou o goleiro. A partir daí, os dois não pararam de trocar mensagens.
Com a ajuda do andador, Jakson Follmann dá seus primeiros passos rumo à recuperação
Follmann dá seus primeiros passos rumo à recuperação (Felipe Cotrim/VEJA.com)
“Fiz uma amizade muito boa com o Renato, mas não conversei muito sobre a modalidade dele. Tenho curiosidade de saber quais são as opções para pessoas com próteses. Porém, agora é momento de me recuperar.” Se depender do levantador, Follmann já tem esporte certo: “Ele não gosta muito de correr e por isso quer praticar um esporte coletivo. Creio que ele deve ir para o vôlei sentado.”
Dificuldades
Apesar de ser jogador profissional, tornar-se paratleta de alto rendimento não é tarefa simples. “Do ponto de vista físico ou motor, só teria vantagem se fosse no seu próprio esporte, o que não é o caso, pois não existe disputa de futebol para amputados nos Jogos”, explica Irineu Loturco Filho, diretor do Núcleo de Alto Rendimento, o NAR. De acordo com Loturco, um atleta formado e adulto demora entre dois e três anos para conseguir correr naturalmente com a prótese. Além disso, o nível que o esporte paralímpico atingiu dificulta a adaptação a outra modalidade, como o vôlei sentado, por exemplo. “Essa é uma das desvantagens para um atleta que teve uma deficiência tardia.”
Por Alexandre Senechal
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