sábado, 24 de agosto de 2013

Casal guarda pedaço do bolo de casamento para dar aos filhos quando completar bodas de prata

A torta negra é um bolo feito com frutas cristalizadas, mel, nozes, e uma grande quantidade de conhaque para conservar por vários meses ou anos.

Arranha-céus naturais de dunas e falésias revelam a dimensão entre homem e natureza. Assim é a região de Cerro Avanzado, 100 metros acima do nível do mar. Na aventura para explorar este cenário, cada parada tem a roda de mate para espantar o frio patagônico.

A geografia da Península Valdes pode se desfazer com o toque das mãos. E esconder milhares de fósseis marinhos da época em que tudo isso era coberto pelo oceano.
Há 140 quilômetros da península, na charmosa cidade de Trelew está o lugar onde as descobertas debaixo da terra provam que essa região já foi dominada pelos maiores seres do mundo.
O museu paleontológico Egydio Ferruglio tem réplicas e fósseis verdadeiros dos dinossauros. No vale dos gigantes, animais com chifres e presas enormes.

Há também os ossos das pernas do dinossauro que alguns cientistas consideram o maior da terra: o argentinossaurus tinha 22 metros de altura, 35 de comprimento e pesava 100 toneladas.
O museu recria as eras geológicas misturando réplicas e esculturas. Revela a rotina dos povos antigos como os mapuches e teuelches. Lá, o turista pode ser paleontólogo por um dia e se tiver sorte descobrir um fóssil de verdade.

O brasileiro que mora na Argentina levou a família para viajar no tempo. “Dá pra sentir um pouquinho mais de perto, para entender as eras geológicas, como foi a evolução aos poucos, muito didático mesmo”, conta Paulo Viera, produtor audiovisual.
O passado também é preservado nesse pedacinho da Europa. Às margens do Rio Chubut, Gaiman, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, foi fundada pelos imigrantes do País de Gales em 1874. E até hoje conserva a arquitetura. Inclusive da primeira casa, de pedra barro e madeira. Quase 140 anos depois está em pé.

O guia explica que o imóvel foi construído com rochas de arenito que geralmente eram extraídas das montanhas. “É uma casa bem construída, bem firme”, diz o guia Lucas Aparício.
Na casa está o baú original trazido pelo pioneiro David Roberts. Além de outros objetos. Um deles é o carrinho de bebê da época, todo feito em madeira. E ele é grande porque também era usado como berço da criança.
Outra atração da cidade é o antigo túnel ferroviário de 1914. Conhecido pela arquitetura e os mistérios. “Há histórias por aqui de fantasmas. Eu já cruzei várias vezes e nunca vi nada”, brinca o guia.
Os fantasmas seriam daqueles que não encontraram a luz no fim do túnel. Naquela época, além do trem, muitas pessoas passavam pelo túnel. Por isso, foram construídos buracos, "descansos" que eles chamam, porque a pessoa se protegia quando o trem passava.
Os galeses foram para Gaiman porque não podiam falar a própria língua no país onde nasceram pela opressão da Coroa Inglesa. Hoje, as escolas ensinam o idioma que os mais velhos fazem questão de preservar
Tengai Roberts, 83 anos, é a mais antiga moradora. Um verdadeiro dicionário do idioma galês.

“Eu creio que é importante que uma pessoa saiba de onde veio, e se seus antepassados têm um idioma. Porque existem muitos livros e documentos históricos em galês”, comenta Tegai Roberts.
Uma tradição que Gaiman faz questão de manter é o chá da tarde. Inspirado no ritual dos ingleses. No século XIX, esse era o jantar dos imigrantes. Hoje é mais um pretexto para apreciar as delícias da culinária galesa. Torta de maça, rocambole com frutas, pão caseiro. E a torta negra que é a especialidade.
A torta negra é uma receita que os galeses daqui exportaram para os de lá. É um bolo feito com frutas cristalizadas, mel, nozes, e uma grande quantidade de conhaque para conservar por vários meses ou anos.
Bisneta de galeses, Ana diz que, além dos ingredientes, a pouca umidade do lugar ajuda a prolongar a conservação do bolo. Ana explica que é tradição galesa os casais guardarem um pedaço do bolo de casamento para os filhos comerem.

O bolo de casamento de Ana está na estante há 17 anos. Ela conta que vai esperar as bodas de prata para dar o pedaço aos filhos. Mas e se o bolo durar mais que o casamento? “Eu como assim mesmo”, diz ela.
Esse pedaço da patagônia tem sabor de tradição.

fonte:http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2013/08/casal-guarda-pedaco-do-bolo-de-casamento-para-dar-aos-filhos-quando-completar-bodas-de-prata.html
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