Ex-governador do Rio é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por receber propina paga pela Andrade Gutierrez em obras do Comperj.
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (Vagner Rosário/VEJA.com)
O juiz federal Sergio Moro decidiu nesta sexta-feira abrir ação penal contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e a sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, e mais cinco pessoas, tornando-os réus na Operação Lava Jato. O titular da 13ª Vara Federal de Curitiba aceitou denúncia feita pela procuradoria de Curitiba referente a propinas pagas, entre 2007 e 2011, nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras. O peemedebista vai responder pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo o despacho de Moro, as vantagens ilícitas somaram 2,7 milhões de reais e foram desembolsadas pela empreiteira Andrade Gutierrez. A denúncia abrange especificamente o contrato de terraplanagem do Comperj firmado no dia 28 de março de 2008. O contrato previa o repasse de 819.800 reais, mas recebeu cinco aditivos que elevaram o valor para 1,17 bilhões de reais.
Os outros cinco acusados são: Carlos Miranda, apontado como o ‘homem da mala’ do ex-governador; o ex-secretário de Governo de Cabral Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e sua mulher, Mônica Araújo Macedo Carvalho; e os executivos da Andrade Gutierrez Clóvis Renato Numa Peixoto Primo e Rogério Nora de Sá.
Sérgio Cabral e Wilson Carlos estão presos em Curitiba, enquanto Carlos Miranda e Adriana Ancelmo estão em custódia no Rio de Janeiro.
O ex-governador e a sua mulher também são réus na Operação Calicute, um braço da Lava Jato no Rio de Janeiro, que apura o pagamento de propinas ao político em diversas obras conduzidas no seu governo, como a reforma do Maracanã, o PAC Favelas e o Arco Metropolitano.
Em sua decisão, Moro considerou que a procuradoria agiu bem em formular uma denúncia para cada esquema identificado. “Apesar da existência de um contexto geral de fatos, a formulação de uma única denúncia, com dezenas de fatos delitivos e acusados, dificultaria a tramitação e julgamento, violando o direito da sociedade e dos acusados à razoável duração do processo”, escreveu o juiz. O magistrado também pontuou que esta ação envolve esquemas investigados na Petrobras — o que está sob jurisdição de Curitiba. Escândalos envolvendo contratos com outras empresas estatais e o governo do Rio de Janeiro tramitam na 7ª Vara da Justiça Federal do Rio.
Por Eduardo Gonçalves
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