terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MPF pede prisão de bombeiro ‘faz tudo’ de Cabral

Bombeiro Pedro Ramos de Azevedo não foi encontrado pelos procuradores da Operação Calicute no endereço informado no processo

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, preso na operação Calicute, faz exame de corpo delito no IML de Curitiba - 10/12/2016 (Vagner Rosário/VEJA.com)

Ex-assessor do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e apontado pelas investigações da Operação Calicute como “faz tudo” do peemedebista, o bombeiro Pedro Ramos de Miranda teve a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Federal à Justiça nesta segunda-feira. Assim como o ex-chefe, Miranda é réu na Justiça Federal do Rio por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e pertinência a organização criminosa.

Quando a Calicute foi deflagrada, em novembro, e mesmo após o oferecimento da denúncia, o MPF havia decidido não pedir a prisão do bombeiro “diante da participação relevante, porém subalterna na administração da organização criminosa”. Ramos de Miranda foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal e depôs aos investigadores.

Os procuradores mudaram de ideia porque, após quase um mês da deflagração da Operação, o ex-assessor de Cabral “não foi encontrado para ser citado no endereço por ele indicado em seu interrogatório na Polícia Federal, além de informações prestadas no local por vizinhos, que o réu não reside lá a mais de um ano”. Para os investigadores, há indícios de “fuga ou cometimento de outros crimes, interferindo diretamente na instrução criminal”.


‘Faz tudo’ de Cabral


Segundo o Ministério Público Federal, “há provas suficientes nos autos que mostram que o denunciado Pedro Ramos de Miranda, bombeiro militar, era o ‘faz tudo’ do comandante da Organização Criminosa”, ou seja, Sérgio Cabral.

Troca de mensagens obtidas pela Operação Calicute, datadas do dia 2 de julho de 2014, mostra um e-mail enviado por Pedro Ramos de Miranda a Carlos Bezerra, um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral, com uma lista de pagamentos de cerca de 20.000 reais que deveriam ser feitos.

A relação registra 10.000 reais para um dos filhos do ex-governador, João Pedro Cabral, compras de mercado, limpeza e até triturador de papel para o escritório. A propina bancou também sessões de massoterapia no Hotel Fasano, em valores que somados totalizavam nesta lista 760 reais.

Na denúncia oferecida pelos procuradores e aceita pelo juiz federal Marcelo Bretas, o MPF diz que o bombeiro-faz tudo também colaborou para a lavagem de 6,5 milhões de reais “na aquisição de joias de altíssimo valor de mercado”.

Por João Pedroso de Campos
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