sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Crise no ES: 703 PMs foram indiciados por crime de revolta

Caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção

Exército faz a segurança no Bairro Maruípe, em Vitória (ES). O Espírito Santo está sem a PM nas ruas porque protestos de familiares dos policiais bloqueiam as saídas dos batalhões. As famílias pedem reajuste salariam para a categoria, que é proibida de fazer greve - 07/02/2017 (Gilson Borba/Futura Press/Folhapress)

No sétimo de caos na segurança pública no Estado do Espírito Santo, o comandante da Polícia Militar, Nylton Pereira, declarou na manhã desta sexta-feira que 703 policiais militares serão indiciados pelo crime de revolta – caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção.

“O crime de desobediência, é uma transgressão grave para o militar. Quando evolui para motim, prevê 4 a 8 anos de detenção. Quando os policias estão armados, configura crime de revolta, que prevê pena de 8 a 20 anos. Ontem indiciamos 327 policiais militares por revolta. Hoje indiciamos 376, resultando em 703 indiciados. Esses policiais terão o ponto cortado desde sábado, não vão receber férias nem a escala especial”, afirmou o comandante.

O secretário de segurança, André Garcia, afirmou que o governo não tem mais capacidade de diálogo. A categoria reivindica 43% de reposição salarial. As representantes dos PMs sugeriram, em reunião nesta quinta, o parcelamento do reajuste – um aumento inicial de 15% e os demais 28% no prazo de 12 meses. Mas o governo ofereceu apenas uma possibilidade de reajuste a partir dos resultados de arrecadação do primeiro quadrimestre deste ano, sem apresentar porcentual.

“Ontem foi a oitava tentativa reunido com representantes das entidades militares e familiares de grevistas. Infelizmente, após uma reunião que durou quase 10 horas, não foi possível sensibilizar os grevistas. As associações entendem que é preciso acabar a greve, mas as mulheres não concordam. Nossa obrigação é reconstruir a policia militar. Sera pedra sobre pedra. Vamos construir uma PM que nao volte as suas costas para a sociedade.”, afirmou o secretário.

Sete mulheres líderes do movimento participaram da reunião no Comitê de Negociação, sem a presença do secretário e do governador. A comissão de negociação criada pelo Estado é formada pelos secretários Júlio Pompeu, de Direitos Humanos, José Carlos da Fonseca, da Casa Civil, Eugênio Ricas, de Controle e Transparência, Paulo Roberto Ferreira, da Fazenda.

Por Maria Clara Vieira, de Vitória
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