sexta-feira, 28 de abril de 2017

Duque resolve entregar

Diretor indicado pelo PT para a Petrobras e preso desde 2015 pede para depor a Moro

Brasília - Renato Duque quer ser interrogado novamente pelo juiz federal Sérgio Moro. Nesta quinta-feira, a defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobras enviou ofício pedindo para ser ouvido na ação penal sobre irregularidades na obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

A delação de Duque, que ocupava uma posição estratégica na Petrobras, controlando vultosos recursos, é considerada de potencial explosivo. O braço direito do executivo na Petrobras, Pedro Barusco, confessou, em delação fechada em 2015, recebimento de propinas por um período de dez anos e aceitou devolver R$ 167 milhões à estatal.

Renato Duque: condenado a penas de mais de 50 anos, ex-diretor estaria em busca de acordo de delação - Agência Brasil

“O ora acusado, de forma espontânea e sem quaisquer reservas mentais, pretende exercer o direito de colaborar com a Justiça (...) Tal pretensão do acusado é feita livre de qualquer coação física ou mental”, escreveram os advogados de Duque, que foi interrogado em 17 de abril e ficou em silêncio.

Duque está preso desde março de 2015 na Lava Jato. O ex-diretor está condenado a mais de 50 anos de prisão, em três processos, e é considerado o principal braço do PT no esquema de propinas.

Na ação em que Duque é réu, também são o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros 12 investigados.

Em agosto do ano passado, Duque havia retomado as negociações para um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, mas não houve acordo com o Ministério Público Federal.

Agora, o executivo volta a tentar um acordo e estaria disposto a contar muito do que sabe sobre esquemas de desvio na estatal, de preferência antes que Antonio Palocci, por sua vez, ofereça informações sobre a diretoria que era controlada pelo PT.

Reunião com Lula sobre triplex
Em depoimento a Sérgio Moro, o executivo Paulo Gordilho, ligado à OAS, disse que esteve em São Bernardo do Campo (SP) mostrar ao ex-presidente Lula dois projetos relacionados ao sítio em Atibaia (SP) e ao tríplex do Guarujá (SP) que os promotores da Lava Jato dizem ser propriedades do petista, o que ele nega.

Gordilho narrou a Moro que foi à cidade onde mora o ex-presidente acompanhado do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. “Fomos lá e explicamos os dois projetos”, disse o executivo.

Paulo Gordilho foi interrogado em ação penal na qual é réu, assim como o ex-presidente Lula. O petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões em benefícios da empreiteira por meio do tríplex e do armazenamento de bens do acervo presidencial.
Para a defesa de Lula, as afirmações foram feitas “sem nenhuma evidência”.

Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário