terça-feira, 18 de abril de 2017

Janot pede a cassação dos mandatos de dois deputados por corrupção na Petrobras

Otávio Germano e Luiz Farias são acusados de subornar ex-diretor Paulo Roberto Costa

O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, RODRIGO JANOT (FOTO: FELLIPE SAMPAIO/SCO/STF)

Num desdobramento das investigações da Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) os deputados José Otávio Germano (PP-RS) e Luiz Fernando Farias (PP-MG) por corrupção passiva. Eles são acusados de subornar com R$ 200 mil o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em troca de contratos para a Fidens Engenharia. Na ação, Janot pede reparação de danos no valor de R$ 1 milhão e a cassação dos mandatos dos dois deputados.

Segundo Janot, entre 2010 e 2011, Germano e Farias, se reuniram com Paulo Roberto, na sede da Petrobras para pedir a inclusão da Fidens nas grandes licitações da Petrobas. Embora já incluída no cadastro da estatal, a Fidens não tinha obtido, até ali, contratos expressivos. Germano e Farias teriam usado a condição de deputados para marcar a reunião e pedir favorecimento a empresa. Naquele período, o PP, partido dos dois deputados, era o responsável pela sustentação de Paulo Roberto na diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Depois do pedido dos dois parlamentares, as duas partes teriam cumprido o trato. A Fidens ganhou uma licitação para a construção dos prédios administrativos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e, tempos depois, venceu outra licitação, para construção da Refinaria Premium I. Entrar na seara dos grandes contratos era a meta da empresa, apadrinhada pelos dois deputados. Na outra ponta, Paulo Roberto recebeu suborno de R$ 200 mil supostamente das mãos dos dois deputados.

"Em data não precisamente identificada, mas certamente entre os anos de 2010 e 2011, Paulo Roberto Costa foi convidado a ir ao hotel Fasano, no Rio de Janeiro, onde os deputados Luiz Fernando Farias e José Otávio Germano entregaram-lhe R$ 200.000,00 como um "agradecimento" pela contratação da Fidens pela Petrobras", relata Janot com base na delação de Paulo Roberto e nas investigações aprofundadas a partir das confissões do ex-diretor.

O livro de registros do Fasano, no Rio de Janeiro, confirma que Germano e Farias estiveram hospedados no hotel no período em que teria sido paga a propina. Rastreamento telefônico, indica também a presença dos dois deputados na área do suposto suborno. Quando interrogados pela Polícia Federal, os dois deputados negaram que tenham cometido qualquer irregularidade. Germano disse que se reuniu com Paulo Roberto em busca de patrocínio para eventos no Rio Grande do Sul. Procurados pelo GLOBO, os dois deputados não foram localizados.

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