sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Enterrado PM que era o dublador do personagem Harry Potter

Caio Cesar Melo foi assassinado num tiroteio no Complexo do Alemão.
J.K. Rowling escreveu numa rede social que está desesperadamente triste.

Foi enterrado nesta quinta-feira (1), no Rio de Janeiro, o policial militar Caio Cesar Melo. Ele foi assassinado, na quarta-feira (30), num tiroteio no Complexo do Alemão. Caio tinha 27 anos, uma filha de sete, trabalhava numa Unidade de Polícia Pacificadora. E era dono de uma voz conhecida por milhões de brasileiros.
A delicadeza e a força bruta. O sonho e a realidade. A fantasia e a crueldade. Dois mundos tão distantes e uma paixão sem diferenças. Para os amigos, Caio César Melo era sempre o mesmo, com a voz ou com a farda.
“Nós, como amigos, perdemos assim um garoto realmente sensacional, que tinha aquele ideal realmente de transformar o mundo”, disse Marco Ribeiro, ator e dublador.
Caio Cesar deu voz a vários personagens durante a carreira de dublador. E participou de alguns filmes e animações que fizeram história. O menino Giosué, de “A Vida é Bela”, e o bruxinho mais famoso do mundo. Harry Potter em português é Caio Cesar falando.
A autora da saga, a inglesa J.K. Rowling, escreveu numa rede social que está desesperadamente triste com a morte de Caio.
Ele escolheu ser dublador muito cedo. “A diretora na época, Marlene, botou três caixotinhos para ele alcançar a altura do microfone e conseguir ver a televisão. Ele mal sabia ler, ele era muito pequenininho, mirradinho, e ele foi desenvolvendo um talento. Ele tinha uma doçura, uma sensibilidade”, contou Flávia Fontenele, dubladora e diretora de dublagem.
Ele escolheu ser policial muito cedo. “Ele conciliava os dois trabalhos porque sempre foi o sonho dele de criança ser policial”, disse Manolo Rey, ator e diretor.
Caio estava na PM há apenas quatro anos. Era da Unidade de Polícia Pacificadora. E gostava de ter as crianças por perto.
“Ele comentou o trabalho dele lá com as crianças. Estávamos sentados num restaurante e ele falava ‘nossa, dá vontade de levar algumas crianças comigo’. Ele fazia essa parte do trabalho social de trazer a criança para o lado do bem”, contou Manolo Rey.
Caio Cesar morreu na quarta-feira (30) na comunidade onde trabalhava, no Complexo do Alemão. Levou três tiros num confronto com bandidos num dos becos da comunidade. Um vídeo mostra a tentativa de salvá-lo em meio ao tiroteio.
Na quinta-feira (1), teve mais tiros. A tropa de choque entrou na comunidade em busca dos criminosos. No enterro, no fim da tarde, a família contou que pedia todos os dias para Caio sair da polícia.
“Dizia para ele tentar sair da UPP, ele dizia que não, que ele precisava proteger. Morreu fazendo o que ele gostava. Vai deixar muitas saudades”, disse Vagner Santos, primo.
“Ele dizia para mim que estava no sangue. Ele saía todo dia de casa dizendo que o que ele fazia era por amor”, disse Kelly Cristina Barbosa dos Santos, prima.
Nas salas de cinema ou nas comunidades do Rio, Caio Cesar Melo dava a voz ao que ele tinha de melhor.

fonte:g1.globo.com
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