Prisão é resultado da operação Chequinho que apura compra de votos durante as eleições deste ano
Anthony Garotinho: candidato a líder da bancada do PR (Leonardo Prado/Agência Câmara/VEJA)
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, atual secretário de Governo de Campos dos Goytacazes (RJ), foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal em seu apartamento no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A prisão é um desdobramento da Operação Chequinho, que apura a suspeita de compra de votos durante as eleições deste ano. Rosinha Garotinho, esposa do ex-governador, é prefeita da cidade do norte fluminense, base eleitoral do casal.
O nome da operação é uma referência ao programa Cheque Cidadão, que teria sido usado por candidatos à Câmara Municipal para a negociação de votos. Em fases anteriores, deflagradas em outubro, três vereadores – Kellenson Ayres Figueiredo de Souza (PR), Miguel Ribeiro Machado (PSL) e Ozeias Martins (PSDB) – e uma ex-secretária, Gisele Kock, foram presos por suposta participação no esquema. O programa, que foi suspenso pela Justiça em setembro, concedia benefício de 200 reais para famílias de baixa renda.
O mandado de prisão desta quarta-feira foi expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Vara Eleitoral de Campos. Anthony Garotinho foi prefeito de Campos dos Goytacazes por dois mandatos, e governador do Rio de Janeiro de 1999 a 2002. Rosinha Garotinho também governou o Estado, entre 2003 e 2007.
Em nota, o advogado de Garotinho, Fernando Fernandes, classificou a prisão como “abusiva” e “ilegal”. A defesa também afirmou que já fez reiteradas denúncias contra a comarca eleitoral por maus tratos a presos. “Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou. Pessoas presas mudaram vários depoimentos após ameaças do delegado. No entanto, o TSE já deferiu quatro liminares por prisões ilegais. A Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho”, escreveu o advogado.
Garotinho, que já foi candidato à Presidência da República em 2002, representa o que há de pior na política: populismo, fisiologismo e nepotismo, entre outras mazelas. Ao seu currículo, soma-se até mesmo a suspeita de ter usado seu período no Palácio Guanabara (e também o de sua mulher, Rosinha) para acobertar as ações de um grupo de policiais que, encastelados na chefia da Polícia Civil, barbarizou o Rio de Janeiro cometendo ilícitos variados. A lista inclui facilitação de contrabando, formação de quadrilha, proteção a contraventores, cobrança para nomeação de delegados, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. Em 2010, Garotinho chegou a ser condenado a dois e meio de prisão pela Justiça Federal do Rio por formação de quadrilha. Na mesma sentença, o ex-chefe da Polícia Civil na sua gestão Álvaro Lins foi condenado a 28 anos de reclusão por corrupção passiva, lavagem de bens e formação de quadrilha.
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