Se você já se deparou com alguém que tem um pequeno furo onde a orelha se une ao rosto, pode ter pensado que a pessoa já usou piercing ou que é algum outro tipo de cicatriz qualquer. Mas a verdade é que quem tem esse furinho já nasce assim.
Essa pequena malformação pode estar associada a surdez ou malformações renais, mas geralmente é isolada, sem indicar qualquer outro problema de saúde. Chamado de cisto pré-auricular, o pequeno orifício é assintomático, mas pode trazer incômodo ao infeccionar ou acumular secreção sebácea . Entre 20 e 33% dos casos são bilaterais.
Pessoas com essa característica são mais comuns na Ásia e partes da África, com incidência de 4 a 10%. Já nas outras partes do mundo esse número não costuma passar de 1% da população.
O buraquinho aparece entre o primeiro e segundo arco faríngico, também chamado arco branquial. Todos os vertebrados têm esta estrutura, mas nos mamíferos eles formam a cabeça e pescoço, enquanto em peixes eles ajudam a desenvolver as guelras.
Por causa desta conexão entre o desenvolvimento de mamíferos e peixes, o biólogo Neil Shubin propôs que o furinho possa ser um “remanescente evolutivo de guelras de peixes”. A hipótese ainda não foi testada cientificamente. [IFLScience]
por Juliana Blume
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