segunda-feira, 5 de março de 2018

BRF adulterava análises de salmonela na carne para burlar fiscalização, diz PF

© Tânia Rêgo/ Agência Brasil InfoMoney

Com a ajuda de documentos obtidos por meio de uma ação trabalhista, investigadores da Polícia Federal (PF) denunciaram que a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, adulterava resultados de análises relativas à presença de salmonela em seus produtos. O objetivo era burlar a fiscalização sanitária e continuar exportando para destinos que têm uma tolerância menor à presença da bactéria na proteína, afirmaram nesta segunda-feira, 5, em Curitiba, delegados e representantes do Ministério da Agricultura, durante coletiva sobre a 3ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada no período da manhã. A empresa foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A salmonela, comum em carnes, é permitida para comercialização até determinados níveis e não é necessariamente é nociva à saúde se a carne for cozida adequadamente. Porém, 12 importadores têm uma exigência mais elevada em relação à presença da bactéria. Estes mercados colocam isso como requisito de restrição para a compra do produto e podem devolver os lotes, caso o nível não seja atendido. Entre os destinos, estão a União Europeia, China, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Rússia e África do Sul.

A nova fase da investigação, intitulada Trapaça, levou à prisão, nesta segunda-feira, o ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, que ficou à frente do conglomerado de 2015 a dezembro do ano passado, e o cumprimento de 90 mandados decretados pela Justiça Federal, do Paraná. Além de Faria, mais 9 pessoas foram presas temporariamente. Uma pessoa deve ser presa temporariamente ainda nesta segunda-feira. Existem, ainda, 27 ordens de condução coercitiva.

Os policiais cumprem também 53 mandados de busca e apreensão em unidades da BRF. Há buscas nas plantas da BRF em Carambeí (PR), Curitiba (PR), Mineiros (GO), Rio Verde (GO) - estas três unidades foram suspensas pelo Ministério da Agricultura a exportar para os 12 países que têm o nível de exigência maior sobre a presença de salmonela. A PF promove buscas em uma fábrica da empresa em Chapecó (SC) e no escritório em São Paulo.

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