domingo, 16 de outubro de 2016

Assessor político de Temer espalha boato sobre falsa declaração de Dilma

Gaudencio Torquato disse que Brasil será invadido por exércitos de três países

Assessor político do Palácio do Planalto, o consultor de comunicação Gaudêncio Torquato postou mensagem em sua conta no Twitter neste fim de semana informando que a ex-presidente Dilma Rousseff teria dito, em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, que o Brasil pode ser invadido pelos exércitos da Venezuela, da Bolívia e do Equador, caso o ex-presidente Lula seja preso na Lava Jato.

A informação inicial foi veiculada pelo colunista Augusto Nunes, da revista Veja. O título da nota veiculada na coluna afirmava "Dilma adverte: se Lula for preso, o país pode ser invadido pela Tríplice Aliança". Reproduzida na nota do colunista, a declaração da ex-presidente, no entanto, era bem menos alarmista: "A prisão será vista como corolário do golpe pelo mundo".

Analista político reproduziu boato e, horas depois, colocou a culpa em colunista da Veja

Horas depois, ao perceber que estava espalhando um boato, o assessor político corrigiu, colocando a culpa no colunista da Veja. "Li essa ideia maluca no blog do Augusto Nunes. Não acredito que Dilma disse isso. Invasão d Brasil p exércitos Venezuela, Bolívia e Equador? Alerta, alerta!! Fakes por todos os lados!! Vivemos o ciclo da pós-verdade!! Separemos a mentira da verdade", escreveu Gaudencio Torquato.

No dia anterior, o assessor de Temer havia criticado, também em sua conta do Twitter, a multiplicação de informações falsas na internet, citando o conceito de "pós-verdade" numa reportagem da revista The Economist.

"A raiva, a indignação, a insatisfação social, a distância q separa política e sociedade - formam o pano de fundo da pós-verdade. A pós-verdade é tb alimentada pela própria industria da informação. Cada meio à procura do escândalo, do espetáculo, do fait divers... O fato é que a na Sociedade do Espetáculo, as versões ocupam o espaço da verdade. Fontes inconfiáveis e receptores desconfiados. O fato é que se multiplicam informações desencontradas, versões, contra-versões nesse ciclo de pós verdade, conforme matéria The Economist", analisou o consultor do Planalto, antes de cair, ele mesmo, nas armadilhas da pós-verdade.

Na entrevista concedida à rádio gaúcha na última quinta-feira (13), a ex-presidente Dilma deu a seguinte declaração:

“Eu acredito que tem um quadro de golpe continuado. Este quadro tem como objetivo principal impedir que na eleição de 2018, o Lula participe da eleição como candidato. Acho que há um objetivo claro de condená-lo na segunda instância para inviabilizá-lo como candidato. Se ele vai ou não ser atingido é uma questão que a gente não tem como chegar a uma conclusão objetiva hoje. Se prenderem, eu acho que criam uma situação muito difícil para o País. Acho que a prisão do Lula será vista como um ‘corolário do golpe’ que resultou no meu impeachment”.

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