quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Executivos da Galvão viram réus por tentativa de barrar CPI

O juiz federal Sergio Moro aceitou denúncia nesta terça-feira contra os executivos Ildefonso Colares Filho e Erton Medeiros

O ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, realiza exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), em Curitiba (PR), durante a 33ª fase da Operação Lava-Jato - 03/08/2016 (Vagner Rosário/VEJA.com)

O juiz federal Sergio Moro, aceitou nesta terça-feira denúncia contra o ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho e Erton Medeiros, da Galvão Engenharia. Com a decisão, eles se tornam réus na ação penal da 33ª fase da Lava Jato, deflagrada em agosto deste ano, e passam a responder pelo crime de corrupção ativa.

Os dois são acusados de oferecer 10 milhões de reais ao senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que morreu em 2014, e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), para que CPI da Petrobras no Senado não fosse instalada.

Em dezembro do ano passado, Moro condenou Erton Medeiros a 12 anos e cinco meses de prisão por lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção ativa por participar do escândalo do petrolão. Segundo o juiz, a Galvão Engenharia desembolsou 4,17 milhões de reais em propina e a atuação da empreiteira no propinoduto da Petrobras representou preços cerca de 14% mais caros para a estatal.

A 33ª fase, batizada de Resta Um, reuniu informações de corrupção e fraude nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, na Refinaria Abreu e Lima e em diversas refinarias, como a do Vale do Paraíba, Landulpho Alves e na de Duque de Caxias.

Em junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o deputado federal Dudu da Fonte (PP-PE) por indícios de que ele intermediou pedido de propina para barrar em 2009 as investigações da CPI da Petrobras. Segundo o Ministério Público, Dudu cometeu o crime de corrupção passiva porque atuou junto ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para pedir 10 milhões de reais a fim de que o então presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, atuasse para que a comissão de inquérito não produzisse resultado efetivo.

Para viabilizar o dinheiro, Dudu, Sérgio Guerra e Paulo Roberto Costa se reuniram pelo menos quatro vezes no Rio de Janeiro, no segundo semestre de 2009, para acertar detalhes do pagamento. Uma das reuniões foi gravada em áudio e vídeo e entregue ao Ministério Público. Acerto feito, Paulo Roberto recolheu 10 milhões de reais do então deputado José Janene, controlador do caixa da propina do PP. Segundo as investigações, os valores acabaram sendo facilmente providenciados pelas empreiteiras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia.

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