sábado, 28 de janeiro de 2017

Eike também viajou a Nova York quando foi alvo da PF em 2008

Operação Toque de Midas cumpriu mandado de busca na casa do empresário, que estava fora do Brasil; PF apurou vazamento de informações

Eike Batista (Jonathan Alcorn/Getty Images)

Não foi a primeira vez que agentes da Polícia Federal (PF) bateram à porta do empresário Eike Batista e descobriram que ele estava em uma viagem ao exterior. Em julho de 2008, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão (mas não de prisão preventiva, como agora) em sua residência na operação Toque de Midas, que investigava fraudes na licitação da Estrada de Ferro do Amapá, que fora concedida à MMX, a mineradora do grupo EBX. Na ocasião, a PF abriu um procedimento para apurar um possível vazamento de informações com base em dois fatos — advogados da EBX foram à Justiça buscar informações sobre o caso uma semana antes da deflagração e Eike se encontrava em Nova York na data que os agentes saíram às ruas.

Quase nove anos depois, Eike voltou a ser alvo da Polícia Federal, desta vez pela acusação de ter pagado propina ao ex-governador Sérgio Cabral na Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio. E ele novamente estava em Nova York, para onde teria viajado na última terça-feira. A PF já o considera como foragido e incluiu o seu nome na lista de difusão vermelha da Interpol. E mais uma vez informou que irá apurar o vazamento de informações.

Em relação ao caso de 2008, a PF acabou prendendo o diretor-executivo do órgão Romero Menezes sob a suspeita de ser o autor dos vazamentos. Depois, ele foi liberado.

Mais um ponto em comum entre as duas investigações. O então vice-diretor da MMX, Flávio Godinho, também foi alvo de buscas e – olha só – ele também estava nos Estados Unidos, mais precisamente em Miami. Nesta quinta-feira, o ex-executivo da EBX que hoje era vice-presidente de futebol do Flamengo não teve tanta “sorte”e foi detido na Eficiência, acusado de envolvimento na ocultação de propina que era paga pelas empreiteiras a Sérgio Cabral.
Outros processos

Eike Batista também já é réu em uma ação penal que tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro por crimes contra o mercado de capitais. Segundo a denúncia que é originária do Ministério Público Federal de São Paulo, ele é acusado de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada na negociação de ações da OSX, sua empresa de construção naval. Em outro processo, Eike foi absolvido dos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e crimes contra a economia, em março de 2016.

Por esses e outros casos, o empresário já teve os bens bloqueados pela Justiça em pelo menos duas ocasiões, o que contribuiu para a desidratação da sua fortuna que já foi uma das maiores do país. O último bloqueio às suas contas foi decretado pela Justiça das Ilhas Cayman no valor de 63 milhões de dólares. A informação data de outubro do ano passado, mas foi divulgada nesta terça-feira.

Por Eduardo Gonçalves
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário