quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

PF ficou sabendo de ida de Eike aos EUA horas antes da operação

Empresário comprou às pressas passagem para Nova York utilizando seu passaporte alemão, o que dificultou o rastreamento da polícia; Interpol será acionada

O empresário Eike Batista, em sua casa no Rio de Janeiro (PAULO VITALE/VEJA)

Um dos alvos da Operação Eficiência, desdobramento da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, o empresário Eike Batista teria comprado às pressas a passagem que o levou há dois dias para Nova York, nos Estados Unidos. Ele teria embarcado para o exterior com seu passaporte alemão, o que dificultou o rastreamento pela Polícia Federal.

Em entrevista coletiva, a PF admitiu que só ficou sabendo que Eike não estava no Brasil horas antes de deflagrar a operação e que o empresário não foi incluído na lista de pessoas impedidas de embarcar para evitar que ele soubesse da investigação com antecedência. A corporação ainda não trabalha com a hipótese de vazamento.

Mesmo diante dessa informação, o delegado Tácio Muzzi afirmou que não seria “viável” aguardar uma posição sobre a situação dele por envolverem diversos outros investigados. A PF ainda evita afirmar que houve intenção de fuga por parte de Eike, mas observa que, se ele não entrar em contato em “prazo curtíssimo” para combinar a sua apresentação à Justiça, será considerado foragido.

Os policiais brasileiros confirmam que a Interpol será acionada também para localizar o empresário, incluindo-o em cadastros internacionais de procurados. O receio, agora, é que, como possui passaporte europeu, Eike possa tentar fugir para outro país. Pela manhã, a defesa do empresário afirmou que ele estava “viajando”, mas que se apresentaria espontaneamente.

A Polícia Federal afirmou que, de fato, o advogado do empresário entrou em contato com essa informação, mas, como não precisou em que país e cidade ele estaria, nada foi combinado à respeito da logística da volta ao país. A PF afirmou, também, que, uma vez de volta ao país, caberá à Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro determinar o presídio para onde ele será encaminhado. Existe expectativa em torno desse ponto, uma vez que, diferente de outros investigados, como o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), Eike não possui diploma de ensino superior.

Por Leslie Leitão e Guilherme Venaglia
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