quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Juiz manda Maluf para 'ala de vulneráveis' na Papuda

Newton Menezes/Futura Press

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz substituto Bruno Aielo Macacari, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, determinou nesta quarta (20) que Paulo Maluf (PP-SP) seja levado para o Centro de Detenção Provisória da Penitenciária da Papuda, em Brasília. O deputado federal ficará no bloco 5, na chamada "ala dos vulneráveis", em geral destinada a idosos, políticos e presos sob algum tipo de ameaça.

A medida dá início à execução da pena do congressista, nos termos do que foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.

Na decisão, o magistrado determina também que a direção da unidade informe em 48 horas se tem condições de prestar assistência médica a Maluf, ainda que com recurso à rede pública. Ele também manda o IML (Instituto Médico Legal) fazer perícia sobre as condições de saúde do deputado.

A decisão requer ainda que o Ministério Público se manifeste com urgência sobre pedidos da defesa do congressista.

RECURSO
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, apresentou recurso para que a pena de prisão em regime fechado a ele imposta seja suspensa. Ele requer, alternativamente, que o deputado seja transferido para o regime domiciliar ou para São Paulo.

No recurso, endereçado à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, a defesa aponta supostas "falhas procedimentais e erros de julgamento" que levaram à decisão do ministro Fachin.

Ele alega que, ao negar provimento aos embargos infringentes contra a condenação do deputado, o ministro não deu vista prévia ao MPF (Ministério Público Federal), "violando procedimento legal".


SAÚDE

A defesa argumenta ainda que, tendo em vista o direito ao duplo grau de jurisdição, vai apresentar agravo regimental contra a decisão do ministro, o que pode suspendê-la ou, no julgamento, até resultar na absolvição.

"Eis que se tem por necessário examinar, primeiro, as questões de direito aventadas no agravo regimental a ser interposto na ação penal de origem", escreveu Kakay na peça.

O advogado pede que, caso não seja acolhido o pedido de suspensão da execução da pena, seja autorizada a domiciliar do deputado por causa da idade avançada (86 anos) e da "fragilidade" de seu estado de saúde. O recurso diz que Maluf tem câncer de próstata; hérnia de disco grave, com limitação de mobilidade; e problemas cardíacos.

"Indiscutível que um cidadão com 86 anos já não conta mais com as condições físicas e emocionais para enfrentar as mazelas do sistema prisional comum, sendo necessário um tratamento especial para garantir o princípio da dignidade humana e as prerrogativas do Estatuto do Idoso", argumentou Kakay.

O criminalista requer ainda que, como terceira opção, Maluf possa cumprir a pena na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, pois ali receberia assistência da família, tendo em vista suas condições de saúde, e mais facilidade de "reinserção social".

'BEM ALOJADO'
Em nota divulgada nesta quarta, após a decisão do juiz, Kakay disse que a decisão é "positiva", pois o bloco 5 do CDP tem "condições razoáveis e é melhor do que o sistema prisional de São Paulo".

Embora tenha requisitado, como uma das opções da defesa, transferência do deputado para a carceragem da PF no Estado, ele reconheceu que essa possibilidade é inviável. "Como ele está condenado, não poderia ir para a PF. Estará bem alojado até a definição da prisão domiciliar", acrescentou.

por Fábio Fabrini
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário