sábado, 9 de dezembro de 2017

PM mata universitária em festa com pelo menos 20 tiros por causa de música funk

Cabo PM Jorge Luis Aguiar da Silva, 39 anos, descarregou pistola calibre 380 a queima roupa em estudante. Corpo sofreu 36 lesões por arma de fogo

Hayssa Alves foi morta por PM em Campo Grande - Reprodução Facebook

Rio - A universitária Hayssa Alves de Souza Andrade, 21 anos, foi morta pelo cabo PM Jorge Luis Aguiar da Silva, 39 anos, que disparou pelo menos 20 tiros contra ela em uma festa em Campo Grande. O motivo: a escolha de uma música.

Hayssa e o PM eram convidados de uma festa em sobrado na Rua Camaipi e não se conheciam. Segundo uma prima de Hayssa, que pediu para não ser identificada, cada um podia escolher uma música. Hayssa escolheu um funk. O policial não gostou e começou a ameaçá-la. A música foi interrompida, mas as ameaças continuaram. "Ele chutou o copo dela e perguntou por que Hayssa estava rindo. Depois, ameaçou-a de morte e atirou 26 vezes", contou a prima.

Segundo o delegado Fábio Cardoso,titular da Divisão de Homicídios (DH) da Capital, o PM teria ficado irritado porque a música escolhida faria apologia ao Comando Vermelho. "Após a amiga da vítima colocar a música, o policial — que durante o tempo todo se mostrou arrogante, truculento e ostentando a arma — foi tirar satisfações, dizendo que aquilo era música de bandido", relata. Ainda de acordo com o delegado, Hayssa perguntou ao PM se ele pretendia usar a amar para atacá-la.

Hayssa Alves foi morta em Campo Grande - Reprodução Facebook

O PM, então, descarregou a pistola calibre 380 na mulher. "Ele usou todas as munições, que tinha dentro da arma contra a vítima. Essa arma tem capacidade para 19 munições e uma na câmara. Ou seja, ele pode ter dado até 20 tiros na jovem", explica o delegado.

Hayssa chegou a ser levada para o Hospital Municipal Rocha Faria, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro está marcado para 13h deste sábado, no Cemitério de Campo Grande.

O laudo de necropsia apontou 36 lesões de arma de fogo na vítima. Vinte e duas balas entraram e 14 saíram. "Isso não quer dizer que ela foi baleada 36 vezes. A vítima teve várias lesões nas mãos e nos braços — tipico de defesa. Essas balas entraram pelos braços, saíram e atravessaram outros órgãos. Por isso, esse número alto de perfurações". Segundo a perícia, Hayssa os disparos atingiram principalmente as mãos, os braços, o tórax e órgãos internos.

O cabo PM Jorge foi preso em flagrante por homicídio qualificado, prestou depoimento e foi levado para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niteró. Ele é lotado no Centro de Controle Operacional da Polícia Militar (Cecopom), e na segunda-feira será encaminhado para uma audiência de custódia. A DH pediu à Justiça que a prisão em flagrante seja convertida para preventiva e que o acusado fique detido enquanto o caso não for julgado.

Segundo parentes, Hayssa era a mais nova de duas irmãs e estava no terceiro período do Curso de Administração depois de trabalhar por vários anos como vendedora.

Um tio de Hayssa, que também não quis se identificar, lamentou a morte da sobrinha e pediu Justiça. "Ela gostava muito de ir para festas. O amor de muitos está se perdendo. Esse cara matou a minha sobrinha por conta de uma música. Agora, fica a esperança que a Justiça de Deus e a dos homens sejam feitas. Perdemos ela, mas que sirva de alerta para que outras pessoas reavaliem suas atitudes e pensamentos. Perdoamos ele, mas que isso não fique impune. Ele destruiu famílias", disse.

fonte
por Rafael Nascimento
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