quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Maia foi à Odebrecht em dia de repasse de caixa dois, diz jornal

Fátima Meira/Futura Press

A Polícia Federal obteve provas de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esteve na sede da Odebrecht no Rio de Janeiro no mesmo dia em que o sistema de contabilidade de pagamentos ilícitos da empreiteira registra um repasse destinado ao pai dele, o vereador e ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM-RJ). As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.

De acordo com relatos de delatores da empreiteira, Rodrigo negociava o caixa dois para a campanha do pai. Nos registros de entrada no prédio da Odebrecht, constam visitas do deputado em 2010, 2011, 2012 e 2013.

Nestas ocasiões, o hoje presidente da Câmara se encontrou com Benedicto Junior, diretor-presidente da empresa. Em sua delação, Junior diz ter feito pagamentos ilegais tanto a Rodrigo quanto ao seu pai – os dois eram conhecidos, nas tabelas internas da Odebrecht, como “ Botafogo ” e “Déspota”, respectivamente.

Uma das visitas do deputado à Benedicto – no dia 30 de setembro de 2010 – coincide com a data em que, segundo o sistema interno da Odebrecht, realizou-se um repasse de R$100 mil ao “Déspota”. Nas semanas que antecederam o encontro, outros três pagamentos, de R$100 mil cada, também estão computados nas planilhas da construtora.

Os depoimentos e a comprovação da visita à sede da Odebrecht podem complicar a situação do deputado. Apontado como um possível nome na disputa pela presidência da República, ele é alvo já de dois inquéritos na Lava Jato. Nenhum delator afirmou que entregou dinheiro pessoalmente a Maia.

Para Rodrigo Janot, na época procurador-geral da República, as operações entre o presidente da Câmara e a empreiteira “não se tratam de mera doação eleitoral irregular. Vislumbram-se, na verdade, uma solicitação indevida em razão da função pública que se almeja ou que se ocupa”.

Em sua defesa, Rodrigo Maia nega ter recebido ou solicitado pagamentos ilícitos. Ele também afirmou “não se lembrar” de ter procurado algum representante da Odebrecht em 2010 para pedir apoio financeiro a sua campanha e diz desconhecer a alcunha de “Botafogo”. Quanto às menções ao seu nome nas planilhas de caixa dois da Odebrecht, Maia diz que pode ter havido “confusão” nas delações.

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