sábado, 14 de janeiro de 2017

Dirigente do Barcelona é demitido após ‘diminuir’ Messi

Pere Gratacós foi fulminantemente punido por ter dito em entrevista que o argentino não seria tão bom se não jogasse com Neymar, Iniesta e companhia

Gol de Lionel Messi do Barcelona contra o Manchester City (LLuis Gene)

Não convém contestar Lionel Messi dentro do Barcelona em situação alguma, ainda mais em meio a uma confusão sobre a renovação de contrato do craque argentino. Nesta sexta-feira, Pere Gratacós, então responsável de Relações Institucionais Esportivas do clube catalão aprendeu esta lição da pior maneira possível. Apenas por dizer uma obviedade – que Messi não seria tão bom se não estivesse bem acompanhado em campo -, Gratacós foi fulminantemente destituído do cargo.

Gratacós deu sua opinião na manhã desta sexta-feira, em Madri, onde representava o Barcelona no sorteio das quartas de final da Copa do Rei. Perguntado sobre a boa fase do atleta, destaque do time nas três partidas de 2017, e a novela envolvendo sua renovação, Gratacós afirmou: “Leo é uma das pessoas mais importantes da equipe, mas também é preciso focar no resto, porque sem Neymar, Luis Suárez, Iniesta ou Piqué e os demais jogadores, não seria tão bom jogador.”

No fim, o dirigente ainda escorregou ao quase citar que o melhor do time seria o brasileiro. “Mas é claro que o melhor jogador é Neym….eee…o melhor é Messi”, disse, corrigindo-se a tempo do lapso. Assista, a partir de 1:05:



A imprensa espanhola, evidentemente, repercutiu a declaração e, cerca de seis horas depois, o Barcelona informou, por meio de um comunicado, que Gratacós foi destituído “por ter expressado publicamente uma opinião pessoal que não coincide com a da entidade”. A decisão foi tomada por Albert Soler, diretor de Esportes Profissionais, que acumulará diretamente a função a partir de agora, informou o clube.

Gratacós continuará vinculado ao Barcelona desenvolvendo outras tarefas que exercia no projeto de formação de atletas Masia 360°, na Cidade Esportiva Joan Gamper. Curiosamente, o ex-jogador Gratacós tem uma relação de longa data com Messi: foi treinador do argentino no Barcelona B e, inclusive, insistiu para que o então treinador Frank Rijkaard o promovesse o mais rápido possível para a equipe profissional.

Gratacós não disse nada de anormal, mas acabou sendo punido por causa da animosidade criada em relação à renovação de Messi. O argentino tem contrato até junho de 2018 e, como o Barcelona precisa seguir as regras do chamado ‘Fair play financeiro” e já tem atletas caríssimos como Neymar e Suárez renovados, a renovação precisaria passar por uma engenharia financeira.

Na terça-feira, o diretor executivo do clube catalão, Óscar Grau, deu uma declaração sobre isso que causou mal-estar no clube. “O Barça não pode exceder 70% de seu orçamento na folha de pagamento e, portanto, temos de enquadrá-lo nisso. Uma opção passa por aumentar as receitas, tal como contemplamos em nosso plano estratégico”, explicou o diretor.

Em seguida, veio a frase da discórdia. “Queremos ter os melhores, mas talvez tenhamos que priorizar. O desejo do clube é que o melhor jogador do mundo e da história fique no Barça. Gostaria de tranquilizar os sócios e fãs, mas devemos fazê-lo sempre com bom senso.”

Diversos jornais da Espanha noticiaram que a expressão “bom senso” pegou mal entre os jogadores. O amigo Luís Suárez, cujo contrato foi renovado até 2021, deixou isso claro. “Com Messi é preciso renovar o contrato, não ter bom senso”, afirmou o uruguaio à emissora BeIN após a partida de quarta-feira. Enquanto a assinatura do contrato não vem, é melhor os dirigentes do Barcelona seguirem mimando o maior ídolo do clube.

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