segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Rebelião deixa dezenas de mortos em presídios do Amazonas

Matança começou após fuga de detentos e desencadeou guerra entre facções Família do Norte e PCC

Rebelião no complexo penitenciário Anísio Jobim deixou dezenas de mortos (Divulgação/Seap)

O Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus está tomado, desde a tarde de domingo, por detentos que iniciaram a mais sangrenta rebelião da história do estado de Amazonas. Fontes da Secretaria de Segurança não descartam a hipótese de haver mais de 70 mortos, mas como a polícia ainda não conseguiu retomar o controle da cadeia, é impossível contar o número de vítimas com precisão.

Pelo menos 40 cabeças e mais de uma centena de pedaços de corpos já chegaram ao Instituto Médico Legal de Manaus. “A polícia científica agora terá de montar um quebra-cabeças para saber que parte pertence a quem”, disse uma fonte ao site de Veja. Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas ainda não se manifestou quanto ao número de mortos.

Os presídios estão localizados no quilômetro 8 da BR 174 (que liga Manaus a Boa Vista) e foram tomados por bandidos que integram a Família do Norte (FDN), a maior facção na região Norte do país. Cerca de 300 detentos teriam conseguido fugir e, até o fim da noite, 15 haviam sido recapturados.

Dentro das cadeias, no entanto, a FDN iniciou o ataque aos rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em outubro, pelo menos 25 morreram em rebeliões em Rondônia, Roraima e Acre nesta disputa de controle. A guerra foi um dos motivos que fizeram o PCC paulista (maior facção do país) rachar com o Comando Vermelho, que se aliou à FDN.

Em vídeos que circulam entre policiais, há uma cena em que detentos enfileiram cinco cabeças decapitadas e e as identificam por nomes que seriam membros do PCC.

Houve confronto com a PM quando policiais tentaram retomar o controle do Compaj. Uma dezena de funcionários foi feita refém. Todos foram liberados na manhã esta segunda-feira.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, classificou a rebelião como massacre. “Alguns corpos foram jogados para fora das unidades, então existem mortos”, disse em uma entrevista coletiva.

Por Leslie Leitão
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