Moscou, 26 dez (EFE).- Yasser Arafat faleceu por morte natural e não foi envenenado com polônio, como sustentam as autoridades palestinas, anunciou nesta quinta-feira Vladimir Uiba, chefe da Agência Federal Médico-Biológica (AFMB) da Rússia, que analisou os restos mortais do líder.
“Arafat faleceu de morte natural e não por efeito da radiação. Concluímos nossa investigação legista e todos estão de acordo com as conclusões que chegamos”, disse Uiba em entrevista coletiva.
O diretor ressaltou que os analistas dos laboratórios suíços e franceses que também analisaram os restos mortais do líder palestino apoiaram totalmente as conclusões da AFMB.
“Mais do que isso, os suíços retiraram sua exagerada declaração inicial e estão de acordo conosco”, disse.
O Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne afirmou que Arafat poderia ter sido envenenado com Polônio-210, substância altamente radioativa, embora não tenha apresentado provas conclusivas.
O AFMB não encontrou nenhum rastro de polônio nos restos de Arafat. A chancelaria russa enviará os resultados para as autoridades palestinas.
No início de dezembro foi divulgado que a investigação encarregada pela justiça francesa sobre o falecimento de Arafat excluiu a possibilidade de envenenamento e apontou como causa da morte “uma infecção generalizada”.
No entanto, a viúva do líder palestino, Suha Arafat, não se deu por satisfeita e pediu à justiça francesa que confronte as investigações realizadas pelos analistas suíços e franceses.
Arafat começou a sofrer sintomas de um transtorno gastrointestinal em 12 de outubro de 2004 e, após uma série de complicações que agravaram seu estado, foi levado da Cisjordânia para o hospital militar de Paris, onde morreu em 11 de novembro deste mesmo ano.
Sua viúva defende desde então que o antigo líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi envenenado por alguém de seu entorno e fez uma denúncia em julho de 2012 em um tribunal da cidade francesa de Nanterre.
Na época, a viúva expressou sua satisfação pela participação de pesquisadores russos nos trabalhos de exumação do corpo do líder palestino.
“Confio plenamente neles e tenho certeza de seu profissionalismo. A Rússia sempre apoiou Yasser Arafat e a revolução palestina”, afirmou.
O polônio-210 é uma substância altamente radioativa que já foi utilizada para matar em 2006, em Londres, o antigo espião russo que se tornou opositor ao Kremlin, Alexander Litvinenko.
fonte:http://www.boainformacao.com.br/2013/12/arafat-nao-foi-envenenado-segundo-analistas-russos/
imagem:www.veteranstoday.com
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