quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Polícia do DF faz operação contra jogo do bicho e lavagem de dinheiro

Grupo faturava R$ 3 milhões mensais, diz polícia; 6 pessoas foram presas.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em várias regiões.

A Polícia Civil do Distrito Federal realiza desde o início da manhã desta quinta-feira (26) uma operação de combate ao jogo do bicho e lavagem de dinheiro em várias regiões da capital federal. Seis pessoas haviam sido presas até as 11h30, todas em flagrante. A polícia cumpre 26 mandados de busca e apreensão.

Homem é preso no Setor de Mansões Dom Bosco na manhã desta quinta-feira (26) durante operação contra jogo do bicho e lavagem de dinheiro no DF (Foto: TV Globo/reprodução)

O suposto esquema envolvia a realização de jogo no Lago Sul, em Sobradinho e nas asas Sul e Norte de Brasília. Um dos locais em que os agentes cumpriram mandado é o Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, região nobre de Brasília.
A organização criminosa tinha um faturamento mensal de R$ 3 milhões, que era comemorado ao final de cada mês de exploração do jogo do bicho no DF. Comemoravam em bons restaurantes, em belas casas, gostavam de ostentar a boa vida que viviam até a data de hoje"
Fernando Cocito, delegado -adjunto da Deco
De acordo com o delegado Fernando Cocito, o grupo chegava a faturar R$ 3 milhões por mês com a exploração do jogo ilegal. A Polícia Civil pediu à Justiça o bloqueio das contas e dos veículos apreendidos.

Segundo Cocito, pelo menos R$ 2 milhões foram apreendidos com os membros da organização. “É a maior apreensão em valores em espécie da Polícia Civil”, disse. “Até o momento chega a R$ 2 milhões, mas continua a contagem.”
Ele disse que dois dos presos admitiram em depoimento que atuavam na exploração do jogo do bicho. Ele não disse o nome dos presos que relataram integrar o esquema.
O delegado disse que os líderes do esquema, Hélio César Alfinito e João Carlos dos Santos, foram presos. Eles comandavam duas estruturas no DF e dividiam as áreas da capital. “A primeira é composta pela Asa Sul, Guará, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, São Sebastião e Cruzeiro”, disse. “Na segunda, teríamos Asa Norte, Ceilândia, Paranoá, Sobradinho e Planaltina.”

As investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) começaram há seis meses. A operação foi batizada de Armadilha.
No Setor de Mansões Dom Bosco, os policiais detiveram o empresário Hélio César Alfinito, apontado como um dos supostos chefes da quadrilha. Na casa dele, policiais apreenderam documentos e R$ 1 milhão em dinheiro, de acordo com um policial que participou da operação.

Outra pessoa foi presa em um apartamento na quadra 215 Norte e levado junto com duas testemunhas para a sede do Departamento de Polícia Especializada. Pouco antes das 11h, outro pessoa presa na operação foi encaminhada para a DPE.

Cofrees apreendidos durante a operação contra o jogo do bicho e preso chegando à Delegacia de Polícia Especializada, em Brasília (Foto: Lucas Salomão/G1)

Entre os envolvidos com a exploração do jogo também estão um policial civil e um militar, ambos aposentados, segundo o delegado Luiz Alexandre Gratão. O policial civil não foi preso porque os policiais não encontraram ele em casa. Na casa do PM aposentado foram encontradas armas e dinheiro.
Um dos homens presos tinha a chave de dois cofres onde dinheiro e documentos da suposta quadrilha eram guardados. Os cofres foram apreendidos.
Vida de luxo
Fernando Cocito disse que a Polícia Civil acompanha há três anos os principais líderes da organização criminosa, mas que a Deco instaurou inquérito para investigar o esquema há seis meses.

“A verdade tem que ser dita. Essa organização pintou e bordou no DF por pelo menos dez anos e estamos colocando aqui um ponto final nisso”, disse Cocito.
“A organização criminosa tinha um faturamento mensal de R$ 3 milhões, que era comemorado ao final de cada mês de exploração do jogo do bicho no DF. Comemoravam em bons restaurantes, em belas casas, gostavam de ostentar a boa vida que viviam até a data de hoje.”

Cofres foram apreendidos na casa de suspeito de esquema (Foto: Lucas Salomão/ G1 DF)

Para encobrir a atividade ilegal, os líderes compravam móveis e imóveis em nome de laranjas e tinham duas empresas de fachada. Uma delas é a Imobilitária Vila Isabel, no Lago Sul, e a outra uma empresa de bobinas, chamada Bobinas.com, com escritório em Brasília e fábrica em um município goiano.
“Eles tinham a certeza de impunidade tão grande que um dos bicheiros era dono da fábrica de bobina que alimentava as máquinas que colhiam as apostas do jogo do bicho”, disse Cocito. “As bobinas alimentam máquinas de crédito e débito e máquinas do jogo.”

fonte:http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/policia-do-df-faz-operacao-contra-jogo-do-bicho-e-lavagem-de-dinheiro.html
Isabella Formiga - Do G1 DF
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